A indústria do aço em Minas Gerais teve um desempenho misto no primeiro trimestre de 2025. Mesmo com a retração de 2,4% na produção de março, o estado acumulou um total de 2,5 milhões de toneladas de aço bruto nos três primeiros meses do ano, mantendo a liderança nacional com 29,8% de participação. Os dados foram divulgados pelo Instituto Aço Brasil.
Esse foi o primeiro recuo do ano para as siderúrgicas mineiras, que haviam apresentado crescimento em janeiro (9,3%) e fevereiro (1,8%). Ainda assim, Minas se manteve no topo entre os estados produtores. Logo atrás vieram Rio de Janeiro (28,2%) e Espírito Santo (22,7%).
No cenário nacional, o mês de março fechou com 2,9 milhões de toneladas de aço bruto produzidas, representando um avanço de 6,6% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O resultado positivo foi impulsionado pelas usinas fluminenses, paulistas e capixabas, que apresentaram aumentos expressivos de 20,4%, 24,5% e 2,7%, respectivamente.
Crescimento na produção de semiacabados e laminados não evita queda do valor do aço no trimestre
Diferente do aço bruto, a produção de semiacabados e laminados em Minas Gerais teve um salto significativo em março, com alta de 10%, somando 874 mil toneladas – o maior volume entre todos os estados, representando 30,2% do total nacional.
Apesar do bom desempenho no mês, a retração de 6,2% em fevereiro pesou no acumulado do trimestre, que fechou com queda de 1,1% e produção total de 2,3 milhões de toneladas. Ainda assim, Minas liderou novamente entre os estados produtores, à frente de grandes polos industriais do setor.
Setor registra recorde em vendas internas, exportações e importações
As vendas internas e exportações alcançaram seus maiores volumes de 2025 em março. O mercado doméstico absorveu 1,9 milhão de toneladas, o que representa um crescimento de 10,7% em comparação com o mesmo período do ano passado. Já as exportações chegaram a 970 mil toneladas, com aumento de 7,8%.
As importações, por sua vez, bateram recorde histórico, com 663 mil toneladas vindas de fora do país – avanço expressivo de 36,5%. A China respondeu por 67,6% desse total, o que acendeu o alerta entre as siderúrgicas brasileiras, que agora pressionam o governo por medidas de defesa comercial mais rígidas.
O principal destino das exportações brasileiras continua sendo os Estados Unidos, que absorveram 662 mil toneladas em março. No entanto, uma nova tarifa de 25% imposta pelo governo americano sobre o aço brasileiro, vigente desde 11 de março, pode comprometer os próximos resultados. O Planalto já iniciou negociações com a Casa Branca na tentativa de derrubar a nova taxação e retomar o acordo de cotas firmado em 2018.