Já no primeiro mês de vigência do mercado livre de energia para consumidores do grupo A no Brasil, mais de 3 mil consumidores já migraram para esta modalidade, conforme dados do Ministério de Minas e Energia. Eles encerraram contratos com distribuidoras de energia elétrica.
Neste ano os consumidores do grupo A passaram a ter essa opção, de média e alta tensão, que já estava disponível para as grandes indústrias, por conta do efeito da portaria que regulamenta o setor, publicada em 2022.
A mudança para esta modalidade pode representar uma economia em torno de 20% para as empresas, conforme avaliação de Marcelo Loureiro, conselheiro da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que integra geradores, distribuidores, comercializadores e consumidores de energia elétrica no país. Ele afirma que o potencial de novos negócios que podem se beneficiar do mercado livre de energia é enorme.
“Mais de 12 mil pequenas empresas e médias empresas já demonstraram interesse de ingressar no ambiente livre para todos os meses de 2024. Estimamos que, ao todo, teremos algo entre 20 e 24 mil empresas aderindo. Para ter noção do que representa tal volume, atualmente temos 38 mil unidades consumidoras que já estão no segmento livre. Isso significa que a quantidade de aderentes possa aumentar esse número em até 50% só neste ano”, diz Loureiro.
A medida deve beneficiar indústrias e serviços de pequeno e médio porte. São supermercados, padarias, redes de postos de combustíveis e outros negócios que estejam no grupo A de consumo. Essa informação pode ser conferida na conta de energia.
O Ceo da Urca Trading Dante Beneveni, empresa do Grupo Urca Energia, revela que uma das empresas comercializadoras habilitadas para atuar no mercado livre de energia diz que a redução de custos pode chegar a três faturas por ano e enumera outros benefícios.
“Poder de escolha, possibilidade de ter mais opções de fornecedor de energia e não ficar restrito àquela distribuidora onde está conectado. E produtos, com a possibilidade de diversificação, seja falando só em energia, produto com desconto garantido ou com preço fixo, ele [consumidor] podendo escolher entre custo e benefícios, com a popularização da energia do mercado livre, iniciando com o atacarejo e depois indo para o varejo de fato. Assim como aconteceu lá fora, a tendência é que esse produto de energia venha para o mercado com novos produtos”, prevê Beneveni.
Como funciona o mercado livre de energia
O regulamento elaborado pelo Ministério de Minas e Energia, definido por meio de portaria 50/2022, define que os consumidores deverão escolher um comercializador varejista habilitado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. Mais de 100 agentes varejistas já estão habilitados.
Ao ingressar no mercado livre de energia, os consumidores continuam vinculados às distribuidoras, que é quem dispõe da rede por onde a energia passa. Mas podem escolher o fornecedor, assim como tempo de contrato, preço, tipo de energia, optando, por exemplo, por fontes de energias renováveis. As informações são da Agência Brasil.