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IPEA e Ministério de Minas e Energia divulgam estudo sobre a participação da mineração no PIB do Brasil

Foto: Usiminas/ Divulgação - Pesquisa mostra que participação do setor mineral no PIB brasileiro variou de 2,5% a 4% nas últimas décadas; Metodologia do Ipea se aplica a outras cadeias produtivas do Brasil

 

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Ministério de Minas e Energia (MME) lançaram, nesta quinta-feira (21), o estudo “A extensão da cadeia produtiva da economia mineral no PIB brasileiro”. A pesquisa, como o próprio nome sugere, destaca a importância da cadeia produtiva da mineração no produto interno bruto (PIB) brasileiro.

O estudo mostra que a cadeia produtiva da economia mineral variou entre 2,5% e 4% do PIB brasileironas últimas décadas. Tal variação representou um valor estimado de R$ 150 bilhões e R$ 340 bilhões, na cotação da moeda brasileira em 2021.

A mineração de ferro e a siderurgia são grandes destaques da economia mineral brasileira, tanto pela ótica do PIB quanto pela força de arrasto produtivo. Nos últimos anos, conforme os dados do estudo, a importância da mineração de ferro aumentou, enquanto a importância da siderurgia caiu. A demanda final incidente sobre a manufatura, a construção civil e a própria extração mineral são os maiores vetores de ativação da produção econômica da cadeia produtiva da economia mineral, ainda de acordo com o levantamento.

Metodologia utilizada pelo Ipea

O levantamento está no âmbito das ações decorrentes do termo de execução descentralizada firmado entre o Ministério das Minas e Energia e o Ipea. O objetivo é mapear e diagnosticar o setor de mineração brasileiro.

Conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), o estudo apresenta uma metodologia de mensuração da cadeia produtiva que abrange desde a extração de minerais até o processamento, distribuição e utilização de produtos finais. Além disso, destaca os desafios à mensuração da cadeia produtiva, devido à complexa interconexão entre setores. No contexto da mineração brasileira, a existência de números e metodologias divergentes geram debates frequentes entre entidades de classe, órgãos governamentais e sociedade civil. Essas discrepâncias de dados, por exemplo, motivam uma preocupação nas discussões públicas sobre políticas de crescimento econômico e proteção ambiental.

A adoção de uma metodologia de cálculo mais criteriosa possibilitou avaliar o impacto do setor da mineração na economia brasileira, desde a atividade de mineração até a transformação mineral. O levantamento baseou-se em avanços recentes da técnica de Matriz Insumo-Produto (MIP) para calcular o PIB da economia mineral, consolidando não apenas uma visão abrangente sobre sua cadeia produtiva, mas também uma metodologia aplicável a outras cadeias produtivas do Brasil.

“O papel de um setor produtivo na economia de um país é tradicionalmente avaliado pela sua contribuição para o PIB. Contudo, quando se trata da análise de cadeias produtivas, a abordagem convencional do cálculo do PIB precisa ser ajustada para capturar a complexa interconexão entre diferentes setores, e o conceito de ‘arrasto produtivo’ permite capturar a parcela do PIB de todo o restante da economia que foi gerada pelas atividades econômicas de extração e transformação mineral eliminando o problema de dupla contagem”, avalia o especialista em políticas públicas e gestão governamental, Rafael Leão. Ele é um dos autores da pesquisa.

O secretário Nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Vitor Saback comentou sobre a importância do estudo: “A partir de agora, temos um método para fazer o levantamento centralizado dos dados para o setor mineral. Isso é fundamental para nossa base de dados e, para interpretar os números que temos no Brasil e, com eles, encontrar e solucionar os gargalos, visando sempre uma mineração social, sustentável e segura”.

 

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