As exportações brasileiras de minério de ferro para a China sofreram uma queda expressiva no início de 2025. De janeiro a abril, as remessas mineiras para o gigante asiático renderam US$ 2,6 bilhões, o que representa uma retração de 29,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. No Brasil como um todo, a receita com o produto caiu 21,8%, totalizando US$ 5,2 bilhões no quadrimestre.
Dependência da China pressiona mineradoras por novos mercados de ferro
Os dados revelam um grau elevado de concentração comercial: 77,1% da receita obtida por Minas Gerais com as exportações de minério de ferro vieram exclusivamente da China. No cenário nacional, o percentual também é alto — 65% de toda a receita com esse produto depende do mercado chinês.
Essa dependência crescente tem preocupado especialistas do setor, que reforçam a necessidade de diversificação da carteira de compradores como estratégia para mitigar riscos geopolíticos e variações na demanda asiática. A recomendação é clara: é hora de explorar novos destinos e fortalecer parcerias comerciais com outros países.
Receita da Vale reflete concentração nas vendas externas
A situação também pode ser observada nos resultados de grandes mineradoras. A Vale, principal produtora do setor, registrou uma receita líquida de vendas de US$ 8,1 milhões no primeiro trimestre de 2025, sendo que a China respondeu por quase metade desse valor — cerca de US$ 3,9 milhões.
O momento exige cautela e planejamento estratégico. A retração do mercado chinês pode representar não apenas uma oscilação momentânea, mas um sinal de que o setor mineral brasileiro precisa olhar para além do seu principal comprador.