12
Recentemente fui procurado por um jovem candidato a empreendedor que me apresentou a seguinte proposta para ser seu sócio: disse que encontrou uma boa oportunidade de negócios, que era muito rentável, sabia como funcionava e conhecia todos os segredos necessários para o sucesso. Finalmente, concluiu dizendo que seu projeto já estava totalmente formatado na sua cabeça, mas não possuía capital e desejava conseguir um sócio para iniciar no mundo dos negócios.
Quando perguntamos a um empreendedor qual a principal dificuldade na hora de abrir e consolidar um negócio no nosso país, a resposta que ouvimos é acesso ao capital. Eu diria que o acesso a recursos financeiros realmente não é fácil no Brasil, mas não considero que essa seja a principal dificuldade para fazer acontecer. Existem outros problemas, alguns dos quais criados pelos próprios candidatos a empreendedores, como por exemplo, a falta de planejamento.
Para aqueles que acompanham nossos artigos sabem que o planejamento, ou a falta dele, sempre aparece nas pesquisas como o principal fator relacionado ao sucesso ou fracasso de um empreendimento. Este planejamento inicial tem a denominação de Plano de Negócios. Deve ser escrito e, a cada passo, o candidato a empreendedor deve fazer o máximo de pesquisas possíveis para ajudá-lo a tomar a decisão de iniciar a empresa.
Com a elaboração do plano, o empreendedor deverá ter uma visão prévia do funcionamento da empresa do ponto de vista financeiro, dos clientes, fornecedores, concorrentes e da organização necessária ao funcionamento e consolidação.
Sem plano de negócios, sem sócio
Voltando à questão – proposta de uma sociedade – trata-se de uma alternativa interessante para quem tem uma ideia de negócio, mas não possui capital ou conhecimento técnico. Sendo assim, desejo cumprimentar publicamente, nesse artigo, a iniciativa desse jovem em acreditar na sua ideia e como alternativa à falta de recursos financeiros propor uma sociedade.
No entanto, obviamente, ninguém vai querer investir seu dinheiro e sua energia em algo que não tem um projeto que fundamente um futuro promissor e que remunere adequadamente os recursos investidos. Acontece que o nosso jovem candidato a empreendedor, apenas, tem uma boa ideia na cabeça.
Desta forma, recomendei que elaborasse um plano de negócios para, a partir daí, propor a alguém uma possível sociedade. Finalizei dizendo que um bom plano de negócios abre as portas, mas um plano ruim as fecha. Sem plano, sem portas.