Início Colunas Reginaldo Calixto: Futuro de Itabira depende de menos discursos e mais ações

Reginaldo Calixto: Futuro de Itabira depende de menos discursos e mais ações

Foto: Ronan Fabrício/ ItaDrone -A previsão é de que em 2041 não seja mais possível fazer a extração do mineral em Itabira. Isso é extremamente preocupante e pouco se efetivou nas últimas três décadas

 

Este assunto é tão importante quanto urgente: a exaustão das reservas do minério de ferro. Quem reside ou trabalha na cidade de Itabira sabe que há anos estamos preocupados, pensando nessa questão, bem como em soluções para o problema. Para quem não sabe, Itabira já foi conhecida como “cidade do ferro”, devido à abundância do mineral. É berço da mineradora Vale. Isto é, a empresa nasceu para realizar a extração de minério de ferro na cidade e a transformamos na mineradora mais conhecida e rica do mundo.

Contudo, todos sabem e repetem que o “minério não dá duas safras” e a atividade tem data para acabar. A previsão, conforme divulgado pela própria mineradora, é de que em 2041 não seja mais possível fazer a extração do mineral em Itabira. Isso é extremamente preocupante e, mais do que nos preocupar ou “romantizar” a situação, precisamos de atitudes e pouco se efetivou nas últimas três décadas. Muito já se discutiu, os caminhos a serem enfrentados são claros, mas nada sai do discurso.

A mineração é a base da economia do nosso município e, de acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores, André Viana, a empresa chegou a gerar na cidade mais de 25.000 empregos diretos e indiretos. Alguns administradores públicos de Cidades e Minerais criaram uma reserva financeira para garantir o funcionamento dos serviços públicos pós-mineração, outros investem em estruturas, parques industriais e incentivos fiscais para atrair empresas, gerar emprego fora da cadeia produtiva da mineração, enquanto prefeitos só ficam no discurso, sem qualquer atitude concreta.

E Itabira? Diante dessa realidade, é fundamental pensar, planejar e executar ações concretas para diversificação econômica, pois esta é a única alternativa para o pós-mineração não se tornar sinônimo de crise, de escassez para a nossa amada Itabira. É necessário, no entanto, menos discurso e mais ações efetivas.

Itabira pode avançar

Economia e emprego: Discurso e promessas não resolvem a questão da diversificação econômica que vai garantir futuro melhor para todos. É preciso ação e urgência para tornar Itabira atrativa para os investidores e impedir a fuga de empresas aqui instaladas com incentivos e um novo grande distrito industrial. Só assim vamos garantir empregos e fazer nossa economia avançar. Temos a Unifei, uma Universidade Federal, e precisamos atrair empresas para garantir oportunidade de trabalho para os profissionais que se formam na Unifei – é sobre manter nossos talentos aqui na cidade.

Educação e Saúde: É inadmissível que um município rico como Itabira não tenha escolas de tempo integral e saúde básica com atendimento na hora para a população. Precisamos investir na Universidade Federal Itajubá (Unifei, campus Itabira). Isto é de grande valor para o povo e não é favor: é obrigação de quem se propõe a governar e a gestão precisa ser eficiente. Não existe evolução e segurança econômica sem investir na educação e garantir 100% da saúde primária.

Zeladoria da cidade: Do mesmo jeito que é responsabilidade de cada um de nós manter nossa casa limpa, a limpeza e conservação e limpeza da cidade é obrigação do prefeito. A zeladoria da cidade, o cuidado com as estradas e obras de reparo nas áreas urbanas e rurais é o mínimo que o gestor eficiente precisa garantir.

Turismo, Drummond e a natureza: Além dos cursos universitários que estimulam o desenvolvimento local, é preciso utilizar a história e obra de Drummond que o transformaram no maior poeta do Brasil, em produtos de turismo (junto às belezas naturais, a história e a cultura que temos) para também alavancar nossa economia.

A Vale e o Futuro: Há quase 30 anos Itabira acionou a Justiça para receber dívida de bilhões da Vale. De lá pra cá as relações são mantidas com muita conversa e nenhuma solução. O futuro de Itabira depende do pagamento desta dívida e isto precisa ser urgentemente negociado com transparência.

 

Reginaldo

Reginaldo Calixto
Administrador, empreendedor, MBA em Gestão Estratégica de Negócios, foi vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Econômico de Itabira.

Sair da versão mobile