A cobrança de pedágio na BR-381, entregue esta semana à iniciativa privada por meio de um leilão da ANTT, entrará em vigor após o 12º mês de concessão, contados a partir da assinatura do contrato, prevista para ocorrer no dia 28 de novembro de 2024. Serão cinco pontos de cobrança ao longo da rodovia, distribuídos nos seguintes municípios:
- Praça 01: entre os municípios de Caeté e Nova União
- Praça 02: em João Monlevade
- Praça 03: entre Antônio Dias e Jaguaraçu
- Praça 04: entre Belo Oriente e Santana do Paraíso
- Praça 05: entre Governador Valadares e Periquito.
A cobrança pelo uso da estrada será implantada gradualmente, conforme o avanço das obras da concessão. A informação é do diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Guilherme Theo Sampaio, em entrevista à Itatiaia.
“Inicialmente, será uma tarifa básica que deve começar em torno de R$ 10,75 e pode chegar até R$ 13,75”, explicou. Ainda segundo o diretor, após a duplicação da rodovia e outras melhorias, as tarifas podem ser reavaliadas e aumentadas, com valores que variam entre R$ 11,20 e R$ 15,37.
Os valores das tarifas de pedágio estarão diretamente condicionados ao cumprimento das obras previstas. Haverá descontos progressivos para motoristas que utilizarem a rodovia com frequência, além de uma redução de 5% na tarifa para aqueles que optarem pelo pagamento eletrônico, incentivando práticas mais sustentáveis e menos poluentes.
Pedágio, concessão e obras estruturantes
A concessão da BR-381 foi vencida pelo fundo 4Um FIP em Infraestrutura de Responsabilidade Ltda., que ficará encarregado de realizar obras estruturantes e manter a rodovia, elevando os padrões de segurança. O trecho sob administração da concessionária vai de Belo Horizonte, no entroncamento com a BR-262, até Governador Valadares, no entroncamento com a BR-116.
- Entre as principais obras previstas no projeto estão:
- Duplicação de 106 quilômetros da rodovia
- Construção de 83 quilômetros de faixas adicionais
- Realização de 51 correções de traçado
- Instalação de 23 passarelas para pedestres
- Criação de Pontos de Parada e Descanso (PPD) para caminhoneiros.
Serão implementadas ainda áreas de escape, Centros de Controle de Operações (CCO) e Bases do Serviço Operacional (BSO) para suporte a atendimentos médicos, mecânicos e outros incidentes na via.
Ajustes para viabilizar a concessão
Para viabilizar a concessão, o Ministério dos Transportes realizou ajustes no projeto, reduzindo os valores de Capex (de R$ 6,03 bilhões para R$ 5,58 bilhões) e Opex (de R$ 4,06 bilhões para R$ 3,75 bilhões). A retirada da BR-262 do pacote de concessões e a decisão do governo federal de assumir as obras do trecho mais crítico entre Belo Horizonte e Caeté também ajudaram a atrair investidores.
Com as melhorias previstas, espera-se uma redução significativa no número de acidentes e mortes na BR-381, conhecida como a “rodovia da morte”. A concessão, apesar das tarifas consideradas acima da média, é vista como uma medida essencial para garantir a segurança e o desenvolvimento da região.