O maior desastre ambiental do Brasil completa sete anos neste mês de novembro. O rompimento da barragem de Fundão na cidade de Mariana marcou de forma trágica o ano de 2015 e a história de Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (IBAMA), cerca de 45 milhões de metros cúbicos de rejeitos foram lançados no meio ambiente. Foram 1469 hectares destruídos pela lama e 41 cidades atingidas diretamente pelo acidente.
Os impactos ambientais causados pela lama de rejeitos ainda são imensuráveis. Cerca de 26 espécies de peixes desapareceram do leito dos rios, o ecossistema local sofreu um desequilíbrio irreversível e a vegetação foi altamente afetada. O distrito de Bento Rodrigues foi o mais atingido pelo acidente e enormes áreas ficaram inutilizáveis para plantio. 19 vidas foram interrompidas pela força da água contaminada e mais de 600 famílias ficaram desabrigadas. Relembrar o maior desastre ambiental da história de Minas Gerais é trazer à tona o gosto amargo que tomou conta do Rio Doce; é olhar para milhares de sonhos, casas e histórias que foram arrastadas com a lama.
O episódio do rompimento da barragem de Fundão é um capítulo da história manchado não só pela lama mas, também, pela impunidade. Sete anos depois do ocorrido, a maioria das famílias afetadas ainda não foi indenizada. O processo criminal, apesar de tornar rés 22 pessoas e as mineradoras Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR Recursos Hídricos pelo desastre, ainda está na fase de depoimentos de testemunhas.
Além da perda e do sofrimento, a população mineira continua se questionando: Quanto Vale a vida de alguém?