Na manhã de quinta-feira (14), os afetados pelo desastre da barragem de Fundão em 2015, no distrito de Bento Rodrigues, realizaram um protesto interditando a rodovia que conecta Mariana às mineradoras Vale, Samarco e Cedro.
Além disso, o trânsito para as localidades de Antônio Pereira e Catas Altas também foi paralisado pelos manifestantes. Os organizadores do ato explicaram que a falta de reconhecimento das reivindicações dos residentes do distrito de Águas Claras motivou a manifestação.
Veja o motivo da paralização do trânsito em Mariana pelos afetados na barragem de Fundão
O protesto ocorreu de maneira pacífica e contou com a presença da Polícia Militar para garantir a segurança. No entanto, uma longa fila de veículos, incluindo carros, caminhões e ônibus, enfrentou dificuldades para avançar no tráfego, especialmente nas proximidades do bairro São Cristóvão, onde os manifestantes se concentraram.
Por volta das 8h30, a fila de veículos chegava até a Rua Frei Durão, no centro histórico de Mariana, evidenciando o impacto do protesto no fluxo de tráfego da região.
A manifestação em prol dos afetados pela barragem de Fundão ocorrida em Mariana não foi um caso isolado, mas sim parte de um movimento que se espalhou por todo o país.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) relatou uma série de protestos em diversas regiões do Brasil em comemoração ao 27º Dia Internacional de Luta em defesa dos Rios, contra as Barragens, pela Água e pela Vida.
Esses atos representam a Jornada de Lutas anualmente promovida pelo Movimento, com o objetivo de dar visibilidade às causas dos atingidos em todo o mundo.
Os protestos organizados pelo MAB visam chamar a atenção para os impactos socioambientais das barragens e a defesa dos direitos das comunidades afetadas.
Ao longo dos anos, o Movimento tem sido uma voz ativa na luta por justiça social e ambiental, buscando alternativas sustentáveis e promovendo a conscientização sobre a importância da preservação dos rios e recursos naturais.
Neste contexto, as manifestações realizadas em várias cidades brasileiras durante a Jornada de Lutas do MAB servem como um lembrete do compromisso contínuo em proteger o meio ambiente e defender os direitos das comunidades impactadas.
Por meio de nota, a Fundação Renova se manifestou sobre o protesto. Leia na íntegra
“A Fundação Renova se mantém aberta ao diálogo e mobilizou a equipe de mediação para a escuta de representantes dos manifestantes. A instituição esclarece que possui à disposição dos atingidos e do Poder Público Canais de Relacionamento e equipe especializada de diálogo e Relações Institucionais nas regiões em que atua, mantendo rotina de contatos individuais e coletivos de acordo com o cronograma e avanço das ações de reparação.
E reforça que a reparação começou logo após o rompimento da barragem de Fundão. Até 31 de janeiro de 2024, foram destinados R$ 35,08 bilhões às ações de reparação e compensação. Desse valor, R$ 13,97 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,71 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 16,68 bilhões para 440,6 mil pessoas.
Até janeiro, foram solucionados 516 casos de restituição do direito à moradia com a entrega do imóvel ou o pagamento de indenização, de um total de 728 casas, comércios, sítios, lotes e bens coletivos. No Novo Bento Rodrigues, 108 imóveis foram entregues aos novos moradores. Em Paracatu, 46 imóveis foram entregues.”