O Sistema Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Itabira divulgou nesta quinta-feira (16) uma nota técnica que atesta a água distribuída pela autarquia municipal a partir da Estação de Tratamento de Água da (ETA) da Pureza não oferece risco à saúde. O parecer elaborado pelo Núcleo de Emergência Ambiental (NEA), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), foi feito depois do resultado de análises químicas para verificar a qualidade da água.
Conforme divulgado pelo Saae, um analista ambiental do órgão esteve na cidade na última terça-feira (14) e vistoriou o empreendimento apontado como o causador da contaminação do sistema de tratamento Pureza. O documento é assinado pelo analista ambiental Sérgio Luiz Sanglard Zanute.
Foram analisados os resultados preliminares das coletas feitas pelo Saaena água bruta e na água tratada, tanto na saída do tratamento quanto em pontos de distribuição monitorados no domingo (12), conforme divulgou o órgão.
O analista concluiu que os parâmetros químicos relacionados a derivados de petróleo estão em concentrações inferiores aos valores máximos permitidos pela Resolução Conama nº 357/2005. A resolução define a classificação dos corpos de água e da Portaria GM/MS nº 888/2021, que dispõe sobre a qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
“As investigações dos impactos do ocorrido no último fim de semana são levadas à sério pelo Saae. As análises foram realizadas por laboratório externo, homologado pela Rede Metrológica de Minas Gerais (RMMG), assegurando a confiabilidade dos resultados emitidos. Além disso, não deixamos de comunicar o fato às autoridades competentes, como o NEA, por exemplo. E ter o NEA reconhecendo e validando o que já havíamos informado, que a água distribuída à população abastecida pelo sistema Pureza não oferece riscos à saúde, confirma a seriedade do trabalho desenvolvido pelo Saae”, afirmou a diretora-presidente do Saae de Itabira, Karina Rocha Lobo.
Contaminação da água gerou reclamações e fechamento de empresa
Desde o último fim de semana, moradores de Itabira vinham reclamando das características apresentadas pela água que chegava às residências. Diante dos relatos, o Saae investigou o problema e concluiu que a contaminação da água ocorreu por conta de um vazamento de óleo de uma empresa instalada no Distrito Industrial de Itabira. A empresa não apresentou alvará de funcionamento e nem o licenciamento ambiental.
O Saae informou que a empresa de manutenção mecânica Minax não possuía caixa de separação para coletar efluentes oleosos, tratar os resíduos e dar a destinação correta dessas substâncias. Durante a fiscalização ficou constatado que houve um intenso derramamento de óleo direto no solo deste endereço, extravasando para a rede pluvial e sendo direcionada para o córrego Candidópolis, que deságua no manancial da Pureza. A empresa foi multada e embargada pelo município na noite da segunda-feira (13).
O problema afetou cerca de 60% do abastecimento de água em Itabira, o que corresponde a cerca de 50 bairros da cidade abastecidos pela ETA Pureza. Durante a última reunião ordinária da Câmara Municipal de Itabira, na segunda-feira, a vereadora Rose Felix (MDB) colocou em dúvida se a água de Itabira está sendo realmente tratada. O Saae, por meio de sua assessoria de comunicação, informou que não recebeu nenhum questionamento oficial sobre o assunto.