A decisão dos Estados Unidos de aplicar uma nova subida nas tarifas sobre o aço provocou forte preocupação entre os industriais brasileiros, especialmente em Minas Gerais, estado com forte presença no sector siderúrgico. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) alertou esta semana para os impactos profundos que a medida poderá trazer à competitividade da indústria nacional, com ameaças directas a milhares de postos de trabalho e a investimentos estratégicos.
Segundo Flávio Roscoe, presidente da FIEMG, é imperativo que os governos do Brasil e dos EUA encontrem, com carácter de urgência, uma solução negociada. “A decisão fragiliza a posição brasileira num momento em que já enfrentamos a invasão de produtos chineses, resultado da guerra comercial em curso. Se não houver diálogo, a indústria brasileira, especialmente a mineira, pode sofrer consequências graves”, afirmou.
Setor siderúrgico e indústria mineira entre o aumento das tarifas e a pressão internacional
Esta nova rodada de tarifas, considerada por muitos como punitiva, coincide com um cenário internacional desfavorável. A entrada de produtos chineses a preços reduzidos tem inundado o mercado sul-americano, tornando mais difícil a sobrevivência das empresas locais. A medida do governo norte-americano agrava ainda mais o panorama.
Além da diplomacia económica, a FIEMG apela a uma postura mais firme do governo federal, incluindo a adopção de mecanismos de defesa comercial, como acções antidumping, para proteger a indústria nacional.
Neste cenário, a FIEMG reforça a necessidade de bom senso e diálogo entre as partes envolvidas, para garantir um comércio bilateral justo e sustentável, capaz de assegurar o futuro industrial diante de um ambiente económico global cada vez mais volátil.