A mineradora ArcelorMittal anunciou que manterá seu compromisso com a Usina de João Monlevade, mesmo após o cancelamento do projeto de expansão e modernização que tinha um investimento de aproximadamente R$ 4 bilhões.
3 bilhões devem ser investidos em Monlevade até 2028
O CEO da empresa, Jefferson De Paula, explicou que essa decisão foi fruto de uma análise detalhada das condições do mercado.
De Paula afirmou que o cancelamento não significa que a planta em Monlevade será abandonada, mas sim um ajuste estratégico. Essa informação foi compartilhada durante a inauguração da nova trefilaria em Sabará, ocorrida na última sexta-feira (14).
Embora o projeto de ampliação tenha sido suspenso, a ArcelorMittal planeja investir R$ 3 bilhões na unidade de João Monlevade até 2028, parte de um pacote total de R$ 11,5 bilhões destinado a Minas Gerais. Os recursos serão aplicados na modernização e recuperação dos equipamentos da usina.
A decisão gerou especulações sobre um possível redirecionamento dos recursos para a unidade em Tubarão, no Espírito Santo, onde a empresa anunciou um investimento de até R$ 4 bilhões em fevereiro. Contudo, Jefferson De Paula descartou essa possibilidade, afirmando que “foi uma coincidência” e que os produtos fabricados nas duas unidades são distintos.
João Paulo Braga, presidente da Invest Minas, minimizou o impacto do cancelamento em Monlevade e ressaltou que mudanças como essa são comuns no mundo empresarial. “É natural que as empresas se reestruturem para buscar eficiência e produtividade. Enquanto alguns setores fecham, outros estão surgindo”, comentou.
Decisão estratégica
A planta de João Monlevade continua sendo estratégica para a ArcelorMittal, especialmente na produção de aços especiais. Uma parte significativa da produção é direcionada à unidade de Sabará, o que reforça sua importância dentro da cadeia produtiva da empresa.
“Monlevade é uma planta extremamente relevante para nós. Produzimos nossos aços especiais lá e temos um alto valor agregado. Parte da produção é enviada para Sabará”, enfatizou De Paula.
O futuro da usina está atrelado ao crescimento do mercado siderúrgico no Brasil. Se a demanda aumentar nos próximos anos, novos investimentos poderão ser considerados na unidade. “O crescimento da Arcelor depende do crescimento do mercado e, se houver demanda, poderemos investir não apenas em João Monlevade, mas também em Juiz de Fora”, afirmou.
Enquanto isso, os investimentos planejados garantirão que a planta se mantenha competitiva e continue desempenhando um papel importante na estratégia da ArcelorMittal no Brasil.