A Maior produtora de aço no Brasil, a ArcelorMittal, irá dar férias coletivas a cerca de 400 funcionários da usina de Resende (RJ). As operações serão suspensas em diferentes unidades, com paradas técnicas por conta do aumento acelerado das importações de produtos siderúrgicos pelo Brasil.
O presidente da companhia, Jefferson De Paula, considera o momento crítico e alerta para o risco real e iminente de muitas demissões. A situação na indústria do aço vai afetar o crescimento econômico, de acordo com avaliação do executivo ao Jornal Valor Econômica, divulgada nesta sexta-feira (17).
A empresa atribui a crise às sobras de aço no mercado global e prevê que as importações de aço, que chegam sobretudo de países asiáticos e da Turquia, devam crescer 50%. A indústria brasileira já pediu ao governo federal a adoção de alíquota de importação de 25% (atualmente está em 12,5%), em caráter urgente.
A ArcelorMittal prevê que a produção no quarto trimestre ficará 30% abaixo da capacidade e, em 2023, 1,3 milhão de toneladas deixarão de ser produzidas. Em Resende, dos cerca de 400 trabalhadores afetados pela paralisação de 45 dias, 320 farão compensação de banco de horas e 87 serão colocados em férias coletivas entre novembro e dezembro, segundo o presidente da companhia.
Além da ArcelorMittal, outras gigantes sofrem com a crise
Outras gigantes afetadas pela crise no mercado do aço brasileiro são a Gerdau e a Usiminas, A primeira já demitiu 700 trabalhadores e reduziu a produção em diferentes unidades pelo país. Já a Usiminas cobrou publicamente, por meio do seu presidente, que o governo aumente a tarifa sobre a importação do aço para garantir a competitividade das empresas brasileiras. Clique e saiba mais.