A produção de uma única tonelada de cimento resulta na geração de duas toneladas adicionais de resíduos provenientes da mineração de bauxita. Esse excesso de material normalmente é armazenado em reservatórios, um procedimento oneroso que traz consigo a possibilidade de causar danos ecológicos e tem um preço alto.
A Alcoa, líder global na indústria do alumínio, pretende revolucionar a forma como tratamos os resíduos. A sua ideia inovadora envolve a utilização de resíduos como solução para o enigma da poluição na indústria do cimento.
Saiba mais sobre o processo de insumo para despoluir cimento
A mineradora americana estabeleceu um empreendimento colaborativo com a Intercement, subsidiária do grupo Mover (anteriormente conhecido como Camargo Correa). O objetivo dessa parceria é reaproveitar os resíduos gerados na unidade de Poços de Caldas (MG) da mineradora como insumo primário para a produção de cimento.
Além do dióxido de carbono, um dos gases de efeito estufa, as cimenteiras também emitem óxidos de enxofre, poluentes que podem causar ou agravar doenças respiratórias e outros problemas de saúde.
Se o piloto for bem-sucedido, as operações da Alcoa também colherão benefícios. Além da receita com a venda dos resíduos, a empresa ampliará a vida útil dos pátios que atualmente recebem os resíduos.
O modelo de negócio ainda precisa ser desenhado e o principal obstáculo é a logística. A Intercement realizou testes em resíduos que percorreram 800 quilômetros entre Poços de Caldas e a fábrica de Cezarina, em Goiás.
As 5 mil toneladas utilizadas no piloto equivalem à quantidade de resíduos produzidos pela unidade em uma semana. Os resíduos globais de bauxita são estimados em 150 milhões de toneladas.