A Defesa Civil realizará nesta quarta-feira (4), com o apoio da mineradora Vale, um treinamento sobre os procedimentos de segurança em caso de emergência envolvendo barragens em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O simulado prático de emergência com a população que mora ou transita nas proximidades das barragens B6, B7, Menezes 1 e Menezes 2, da mina Córrego do Feijão, está previsto para as 14h. De acordo com a Vale, a atividade tem como objetivo reforçar a cultura de prevenção. O exercício serve para orientar os moradores e visitantes da região, órgãos públicos e empregados da empresa, sobre como agir em uma suposta situação real de emergência. Direito da população previsto em lei, a participação no simulado é facultativa e se apresenta como uma oportunidade para que a comunidade conheça as medidas de segurança que envolvem o procedimento. É também, segundo a mineradora, uma medida importante para que os representantes dos órgãos públicos avaliem e identifiquem se a sinalização e o sistema de alerta estão operando corretamente.
A ação faz parte do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM). A Vale esclarece que trata-se de medida preventiva e que não houve alteração na condição de segurança das barragens de Brumadinho.
O simulado
Conforme divulgou a Vale, no horário do exercício haverá o toque real de sirenes. Antes de a sirene soar, será emitida uma mensagem informando de que se trata de um simulado. “Ao ouvir o alerta sonoro, os participantes deverão seguir as placas de rotas de fuga e se dirigir ao ponto de encontro mais próximo, que são os locais seguros”, diz o comunicado da empresa.
A atividade é aberta a todas as pessoas que desejarem participar do treinamento. A mineradora recomenda a participação, principalmente, de que moram ou circula nas áreas mapeadas como Zonas de Autossalvamento, ou seja, a população das comunidades Alberto Flores, Pires e bairro Beira Rio. São classificadas como Zona de Autossalvamento (ZAS) as regiões em que se considera não haver tempo suficiente para uma intervenção das autoridades competentes em emergência envolvendo barragem de mineração, definidas da seguinte forma: a 10 km ou a extensão que corresponda ao tempo de chegada da onda de inundação igual a 30 minutos. É o caminho pelo qual o rejeito armazenado na barragem seguiria em caso de rompimento. A mineradora informou, ainda, que, além de monitorar 24h a situação de suas barragens, conta com equipes dedicadas a fazer a gestão de emergências junto às pessoas e em apoio à Defesa Civil e órgãos competentes.A Vale informou que realiza, periodicamente, treinamentos e exercícios simulados para preparar a população em caso de eventuais emergências com barragens. A empresa também promove testes rotineiros silenciosos dos equipamentos de alerta, como foco prioritário na “segurança das pessoas, o cuidado com o meio ambiente e a redução de riscos”.
A barragem da Vale em Brumadinho
A área onde ocorrerá o treinamento ficou marcada pelo rompimento da barragem da Mina do Feijão, em 2019. A tragédia vitimou 272 pessoas, sendo a maioria delas trabalhadores da Vale que almoçavam em um restaurante da empresa no momento do rompimento.
Além da perda de vidas, o rompimento da barragem também afetou severamente a bacia do Rio Paraopeba, contaminando o curso d’água com a lama de rejeitos e afetando o abastecimento de água em vários municípios e comunidades ribeirinhas.