As barragens são estruturas temporárias ou permanentes construídas em cursos hídricos e que são classificadas em diversos tipos e funções. No Brasil, o maior número de barragens fazem parte do setor de mineração. Segundo o Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração (SIGBM), o país tem 906 barragens desse setor, sendo que apenas 455 estão inseridas na Política Nacional de Segurança de Barragens.
Existem 3 tipos de barragens: Montante, Jusante e Linha de Centro, como mostra a figura.
Esses tipos são subdivididos em alguns formatos específicos de construção. Leia a matéria abaixo para entender um pouco mais.
Barragem Comum
Conhecidas como “barragem de terra”, as barragens comuns são utilizadas para contenção e reserva de água, controle de cheias, contenção de sedimentos e erosão dos solos e geração de energia (como nas usinas hidrelétricas).
As barragens de terra podem ser de pequeno ou médio porte e utilizam materiais impermeáveis como recurso para a construção.
Barragem de rejeitos
O segundo tipo de barragens mais conhecido e utilizado no Brasil são as de rejeito. O modelo é chamado de “montante” devido à sua estrutura, a qual se aproveita dos resíduos de processos industriais para construção dos “alteamentos”. Basicamente, os alteamentos são espécies de degraus formados sobre os rejeitos e contidos por estruturas de metal e concreto.
O modelo de montante é o que possui menor custo de construção e manutenção. No entanto, ele apresenta graves riscos como o rompimento da barragem de Fundão que ocorreu na cidade de Mariana, Minas Gerais, em 2015 e foi considerado o maior desastre ambiental da história do país.
Enrocamento com face de concreto
Esse modelo é construído sobre rochas estáveis e utilizam blocos de rocha acumulados em camadas e placas de concreto. Os custos de manutenção desse formato são altos e, quando há rachaduras graves na estrutura, a obra precisa ser desativada.
Contraforte e gravidades de concreto
O termo “contraforte’’ se dá pela necessidade de sustentação que ele demanda. As construções das barragens de Contraforte são feitas baseadas em lajes de concreto e são, atualmente, as mais complexas para se explorar. As de gravidade de concreto tem a estrutura parecida, mas sofrem com as limitações de espaços físicos para a construção.
Arco
Por fim, as barragens de arco são construídas em vales estreitos. É preciso uma grande preparação e escavação para a construção desse tipo de barragem, pois as fundações precisam ser muito resistentes.
De forma geral, as barragens oferecem grandes riscos e precisam passar por fiscalização, manutenção e revisão constantemente. No ano de 2019 após o desastre de Brumadinho, em Minas Gerais, foi sancionada a lei conhecida popularmente como “Mar de Lama Nunca Mais”. A lei proíbe a construção de barragens a montante próximo à comunidades e exige ainda o desmonte dessas barragens.