O Brasil pode se tornar um dos cinco maiores produtores de terras raras do mundo nos próximos anos. A projeção é do Ministério de Minas e Energia e tem como base o avanço de diversos projetos no país voltados para extração responsável de minérios importantes para o desenvolvimento de indústrias estratégicas, como as de eletrônica, de energia limpa e de medicina.
De acordo com o ministério, estão sendo elaborados projetos e ações visando o melhor aproveitamento dos chamados minerais críticos, considerados fundamentais na transição energética.
“Minas Gerais é tradicionalmente uma referência na extração de minério de ferro e ouro. Nos últimos anos vem avançando na mineração de outras substâncias fundamentais que colocam o Brasil em um lugar de destaque na economia internacional. O lítio e o nióbio já são uma realidade. As terras raras vão trazer ainda mais desenvolvimento econômico e social para o estado, gerando emprego e renda para a população”, explica o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Ainda de acordo com o MME, o país tem a terceira maior reserva de terras raras de todo o mundo, com 21 milhões de toneladas, ao lado da Rússia. Os maiores depósitos se concentram na China (44 milhões de toneladas) e no Vietnã (22 milhões de toneladas). Apesar do tamanho das reservas, a extração realizada no país é pequena e a partir das reservas remanescentes da produção de monazita em uma unidade desativada em Buena, no Rio de Janeiro.
Potencial
Atualmente, existem estudos de viabilidade de mineração em execução em Araxá-MG, Morro do Ferro-MG, Serra Verde-GO, Pitinga-AM, Foxfire-BA e Energy Fuels-BA. Já o projeto em Poços de Caldas, no Sul de Minas Gerais, está em fase avançada e entrará em operação em 2026.
O MME diz que a nova política desenvolvida no órgão prioriza conhecer o potencial produtivo e as peculiaridades das características socioeconômicas e ambientais dos projetos de mineração. O objetivo é garantir que a atividade seja segura, sustentável e que traga desenvolvimento social com geração de empregos, impulsionando a competitividade do Brasil.
Na última segunda-feira (7), o secretário nacional de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Vítor Saback, conheceu as operações do Projeto Caldeira, de responsabilidade da Meteoric Resources, em Poços de Caldas. Serão investidos R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos. O projeto compreende 51 processos minerários. A partir do início das operações, a previsão é que sejam gerados 500 empregos diretos e 1,5 mil indiretos.
“O Projeto Caldeira é promissor, assim como tantos outros que temos em estudo no país. Em poucos anos, podemos estar entre os três maiores produtores de terras raras do mundo. Será um movimento importante para reduzir dependência internacional do minério”, afirmou Vítor Saback.