O Instituto Lítio Verde (ILV), entidade sem fins lucrativos criada recentemente pela mineradora Sigma Lithium, deverá receber no primeiro ano de atividades um aporte de R$ 500 milhões. Os recursos deverão ser destinados a projetos socioambientais nas cidades de Araçuaí e Itinga, no Vale do Jequitinhonha. Na região está localizado o projeto de produção de lítio da Sigma Lithium.
O anúncio da criação do novo instituto foi feito pela mineradora no último dia 5 de julho. Na ocasião, a CEO da Sigma Lithium, Ana Cabral-Gardner, informou que uma parte do aporte virá da CFEM, já que a empresa vai pagar o royalty tendo como base o preço do seu produto final, o concentrado de lítio grau bateria e não o preço do minério. Assim, o preço-base para cálculo da CFEM será 80 vezes maior.
De acordo com Ana Cabral, somente no primeiro ano de operação do projeto Grota do Cirilo, cerca de R$ 52 milhões deverão ser divididos entre os dois municípios, com populações estimadas em torno de 55 mil habitantes. Os recursos do ILV deverão ser investidos principalmente em projetos de Educação, Saúde, Saneamento e Infraestrutura. Além de parte dos royalties, o instituto deverá captar recursos de bancos de fomento.
A Sigma Lithium revelou que o objetivo é mobilizar investimentos em ações para desenvolver a região, como construção de escolas, pontes e melhorias em hospitais, além de fomentar projetos de agricultura familiar e de abastecimento de água, problema recorrente na região.
O lítio verde
O lítio verde, ambientalmente sustentável, vem desde a extração do minério, feita com a preocupação de preservar os cursos d’água. Um deles é o ribeirão Piauí, importante afluente do rio Jequitinhonha que corta comunidades rurais e abastece cerca de 80 famílias. A Sigma Lithium decidiu ocupar um território menor do que poderia para minerar, como forma de não gerar impacto para a população e o meio ambiente. A preservação do ribeirão também ajuda também a conservar das matas na região.
Ainda de acordo com a Sigma, outra opção importante é não foi desenvolver um processo de beneficiamento do minério de lítio que não gera barragem de rejeitos, permitindo empilhamento a seco e comercialização do rejeito. Além disso, a ausência de uso de produtos químicos no seu processo contribui para preservar os rios e matas da região.
A produção da empresa é considerada estratégica para favorecer a produção de veículos elétricos, já que a indústria automotiva utiliza baterias à base de lítio nos automóveis. “Como produtores de lítio verde, estamos ajudando a elevar o papel do Brasil na transição energética, ao mesmo tempo em que criamos um impacto positivo nas comunidades do Vale do Jequitinhonha”, afirma a CEO da companhia, Ana Cabral.
As informações são do Brasil Mineral e da Rede Itatiaia.