A Vale iniciou uma nova fase de testes de bancada em um motor que combina diesel e etanol, com o objetivo de reduzir drasticamente as emissões geradas por seus caminhões fora de estrada. Em parceria com a Cummins e a Komatsu, a mineradora avança com o projeto batizado de “Dual Fuel”, que poderá diminuir em até 70% a liberação de dióxido de carbono por esses veículos pesados, essenciais no transporte de minério.
O sistema está sendo avaliado nos Estados Unidos, em uma célula de testes da Cummins, e o plano é que os ensaios em campo comecem em 2026, nas unidades da Komatsu. A proposta é simples, mas ambiciosa: modificar motores a diesel já existentes para operarem com até 70% de etanol em sua mistura de combustíveis.
Caminho para a descarbonização inclui investimentos e metas agressivas da Vale
A iniciativa integra o plano climático da Vale, que pretende cortar 33% das emissões diretas e indiretas (escopos 1 e 2) até 2030, além de zerar as emissões líquidas até 2050. Também faz parte da meta de reduzir em 15% as emissões da cadeia de valor (escopo 3) até 2035.
Para viabilizar esse objetivo, a companhia já investiu cerca de R$ 7,4 bilhões em tecnologias e ações de descarbonização. Os caminhões fora de estrada, entre os maiores consumidores de diesel nas operações da empresa, são o foco dessa estratégia — o uso de uma solução híbrida, com etanol e diesel, oferece um caminho mais rápido e eficiente para diminuir o impacto ambiental.
O projeto Dual Fuel reforça a aposta em inovações que reaproveitam a frota existente e evitam a necessidade de substituição completa dos equipamentos, tornando a transição energética mais econômica e viável para o setor de mineração.