Moradores do distrito de Casa Branca, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, estão se organizando para tentar impedir a execução de uma obra que pode transformar drasticamente a rotina local e comprometer o meio ambiente.
O motivo da preocupação é a construção de uma nova estrada para escoar rejeitos de minério, que deve cortar o Parque Estadual da Serra do Rola Moça e receber a passagem diária de aproximadamente 2 mil caminhões, cada um carregando 32 toneladas de resíduos.
Caminho dos rejeitos
A via é parte de um acordo formalizado entre a Mineração Geral do Brasil (MGB), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público Federal (MPF).
O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) tem como objetivo principal viabilizar o descomissionamento de duas barragens da empresa — um processo considerado essencial para a segurança da região.
Apesar da justificativa legal e ambiental para o desmanche das estruturas, os moradores de Brumadinho temem que o custo desse avanço recaia sobre o equilíbrio ecológico do parque e sobre a qualidade de vida de quem vive na região.
O tráfego intenso de veículos pesados, além de afetar diretamente o cotidiano de Casa Branca, pode colocar em risco a fauna, a flora e a integridade de uma das principais reservas naturais próximas à capital mineira.
Comunidade de Brumadinho busca diálogo e alternativas
Grupos locais de Brumadinho têm promovido reuniões e articulações com autoridades, buscando apresentar alternativas menos impactantes ao plano atual. A população quer ser ouvida antes que o projeto avance e transforme a região em rota permanente de transporte de rejeitos minerais.
O caso acende um alerta sobre os desafios de conciliar recuperação ambiental com novas intervenções que podem gerar outros tipos de danos — e mostra que o debate sobre mineração em Minas Gerais continua mais vivo do que nunca.