Acidentes fatais com trabalhadores no setor mineral em 2025 destacam a urgência de reforçar a segurança

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O início de 2025 foi marcado por dois trágicos acidentes que resultaram na morte de trabalhadores em mineradoras brasileiras. O primeiro, ocorrido em 02 de fevereiro, na Anglo American, em Conceição do Mato Dentro, vitimou um funcionário terceirizado. O segundo, em 12 de fevereiro, na Usiminas, em Ipatinga, teve o mesmo desfecho. Tais incidentes ressaltam a urgência de ações mais eficazes para garantir a segurança no setor mineral, que frequentemente enfrenta desafios relacionados ao risco de trabalho em ambientes perigosos.

Fatores contribuintes para os acidentes no setor mineral: o que está por trás das tragédias

Ivanir Júnior da Fonseca Américo, engenheiro de segurança do trabalho, perito da Justiça do Trabalho e diretor técnico da Ecolabore Engenharia, explica que os acidentes no setor mineral não acontecem por um único fator isolado.

Segundo ele, “um acidente de trabalho é sempre resultado de uma soma de fatores”, como falhas nos protocolos de segurança, falta de fiscalização, condições de trabalho inadequadas e o uso de máquinas pesadas em áreas de alto risco.

A fadiga, sobrecarga de trabalho e a falta de treinamento adequado, especialmente para os trabalhadores terceirizados no setor mineral, também são apontados como possíveis causas. Para Américo, a única forma de determinar a causa exata de um acidente é por meio de uma análise detalhada e investigação minuciosa do caso.

Investindo em segurança: o que as mineradoras podem fazer para reduzir os riscos?

Para minimizar os riscos de novos acidentes fatais, o engenheiro acredita que as mineradoras precisam investir em melhorias contínuas nas práticas de segurança. A solução, de acordo com Américo, passa pela realização de treinamentos frequentes e pelo uso de tecnologias avançadas.

Ivanir Júnior da Fonseca Américo, engenheiro de segurança do trabalho, perito da Justiça do Trabalho e diretor técnico da Ecolabore Engenharia, explica que os acidentes não acontecem por um único fator isolado
Imagem: Divulgação – Ivanir Júnior da Fonseca Américo, engenheiro de segurança do trabalho, perito da Justiça do Trabalho e diretor técnico da Ecolabore Engenharia, explica que os acidentes não acontecem por um único fator isolado

“Sistemas de monitoramento, como sensores, drones e câmeras térmicas, podem identificar riscos antes que se tornem fatais”, afirma ele. A automação de processos perigosos, além de reduzir a exposição humana ao risco, é outra medida crucial. Além disso, a criação de uma cultura organizacional que favoreça a comunicação aberta sobre segurança e promova a participação ativa dos trabalhadores são práticas essenciais para melhorar o ambiente de trabalho.

A utilização de inovações tecnológicas tem se mostrado uma ferramenta importante para aumentar a segurança nas minas. Américo destaca que “a automação das tarefas, aliada ao uso de sensores e sistemas de alerta, pode prevenir falhas antes que elas se tornem acidentes fatais”. Para ele, sistemas de comunicação eficiente, como rádios inteligentes e aplicativos que permitem o relato imediato de situações de risco, também são fundamentais para aumentar a resposta a emergências e garantir um ambiente mais seguro para todos.

Embora o setor tenha avançado em algumas áreas, ainda existem lacunas significativas nas políticas de segurança do trabalho, especialmente no que diz respeito à fiscalização e ao tratamento de trabalhadores terceirizados. Américo alerta que muitas empresas cumprem as normas de segurança apenas no papel, mas não aplicam corretamente no cotidiano.

“A fiscalização precisa ser mais rigorosa, e é necessário garantir melhores condições para os trabalhadores terceirizados, que frequentemente não têm o mesmo nível de treinamento e recursos dos trabalhadores efetivos”, afirma. Ele também destaca a importância de investimentos constantes em segurança, uma vez que algumas empresas, por questões financeiras, acabam reduzindo esses custos, colocando a vida dos trabalhadores em risco.

Criar uma cultura de segurança robusta é fundamental para proteger os trabalhadores no setor mineral. O engenheiro sugere que as mineradoras adotem programas de reconhecimento e premiação para equipes que cumpram corretamente os protocolos de segurança. A criação de canais de comunicação onde os trabalhadores possam relatar riscos sem medo de represálias é outra medida importante.

Além disso, treinamentos constantes e simulações de situações de emergência são cruciais para preparar os trabalhadores e aumentar sua confiança na segurança das operações. “Quando a liderança está engajada e os trabalhadores se sentem seguros para relatar problemas, é possível construir um ambiente de trabalho mais seguro e eficiente”, conclui Américo.

Diante dos recentes acidentes e das preocupantes lacunas nas políticas de segurança, fica claro que é urgente a adoção de medidas mais rigorosas para garantir a proteção dos trabalhadores nas minas no setor mineral. A melhoria nas práticas de segurança, a implementação de tecnologias inovadoras e o fortalecimento da cultura organizacional são passos essenciais para evitar mais tragédias no setor mineral.

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