Recentemente, a CSN anunciou um investimento de R$ 15 bilhões em Minas Gerais até o ano de 2027. Do montante, cerca de R$ 8 bilhões serão destinados para o projeto Itabirito P-15, que tem o objetivo de construir uma nova planta de beneficiamento no complexo da Casa de Pedra. O projeto foi o responsável por 16,7% do capex da CSN Mineração no terceiro semestre, totalizando R$ 475 milhões. A receita líquida ajustada atingiu R$ 2,973 milhões, com desempenho 31% abaixo do observado no terceiro semestre do ano anterior. Essa diminuição é atribuída à redução nos preços do minério, embora o aumento no volume produzido tenha ajudado a atenuar os impactos negativos.
A companhia planeja divulgar os resultados do 4º trimestre de 2024 em 12 de março, com informações que serão apresentadas na bolsa brasileira.
Nova planta da CSN será destinada à produção de pellet feed premium
A nova planta da CSN Mineração será focada em produzir pellet feed premium, com teor de 67,5% e 68%. A princípio, a planta utilizará minério de baixo teor que já está armazenado no complexo mineiro. Espera-se que a produção comece em 2027 e atinja capacidade total de 16,5 milhões de toneladas no ano de 2028. Em 2023, a CSN Mineração já havia produzido 42,58 milhões de toneladas de minério de ferro com um teor médio de 58% Fe. A ampliação do Complexo Casa de Pedra também contribuirá para aumentar a vida útil da mina em mais 25 anos, permitindo atividades até pelo menos 2080.
Quando a planta estiver completamente operacional em 2028, ela terá capacidade para produzir 16,5 milhões de toneladas por ano. O pellet feed produzido permitirá a fabricação de aço com baixas emissões de carbono, utilizando hidrogênio como parte do processo. A maior parte dessa produção será destinada à indústria siderúrgica japonesa e ao Oriente Médio.
Além disso, a nova planta aproveitará o minério de baixo teor estocado, o que não apenas reduzirá a geração de poeira, mas também possibilitará a fabricação do pellet feed com o teor desejado. Essa iniciativa irá prolongar a vida útil da mina Casa de Pedra por mais de 25 anos.
2025 pode ser um ano favorável para a companhia
Neste ano de 2025, a CSN celebrará seu 84º aniversário. Fundada em 1941 por meio de um decreto do presidente Getúlio Vargas, a Companhia Siderúrgica Nacional começou oficialmente a produzir aço cinco anos depois com a inauguração do Alto-Forno I na usina Presidente Vargas (UPV), localizada em Volta Redonda (RJ). As minerações Casa de Pedra e Arcos foram incorporadas à empresa, garantindo autossuficiência em minério de ferro e fundentes como calcário e dolomita.
Privatizada em 1993, a CSN possui hoje reservas certificadas que ultrapassam 3 bilhões de toneladas, conforme as diretrizes do Joint Ore Reserves Committee (Jorc).
Os produtos e serviços oferecidos pela CSN Mineração incluem extração de minério de ferro granulado com teor superior a 61%, sinter feed (o mais utilizado pelas siderúrgicas globalmente, com teor acima de 63%) e pellet feed (o produto mais fino obtido após processo de flotação), além da logística necessária para escoamento e exportação do minério.
Mesmo diante de um cenário com altas taxas de juros, 2025 poderá ser um ano de grandes resultados para a companhia. Ao longo do evento CNS Investor Day ocorrido em dezembro do ano passado, o presidente Benjamin Steinbruch destacou que, em um cenário de juros elevados, é essencial que a CSN atinja um ebitda anual de pelo menos R$ 15 bilhões para garantir sua sustentabilidade financeira.
A companhia atualizou sua meta de alavancagem, estabelecendo que a relação entre dívida líquida e ebitda ajustado deve ficar abaixo de 3 vezes até o final de 2025, em substituição á meta anterior de 2,5 vezes prevista para 2024.
Como parte das ações recentes para fortalecer sua saúde financeira, a CSN vendeu 10,7% de sua participação na CSN Mineração para a Itochu Corporation, do Japão. Essa transação gerou R$ 4,4 bilhões, que serão destinados para diminuir a dívida líquida que está em torno de R$ 3 bilhões.
Companhia está entre as 20 maiores mineradoras do mundo
A companhia CSN é a segunda maior exportadora de minério de ferro do Brasil e está entre as 20 maiores mineradoras do mundo.
Dentre todos os ativos da empresa, destacam-se a mina de Casa de Pedra (a mais antiga do Brasil), o complexo de beneficiamento do Pires, a participação na ferrovia MRS e o terminal cativo no Porto de Itaguaí (TECAR). Situada em Congonhas (MG), a mina Casa de Pedra é a maior da América Latina em zona urbana, tem aproximadamente 30 km2 de extensão e produz aproximadamente 32 milhões de toneladas de ferro por ano, mas não fabrica pellet feed.