A mineração de sal-gema realizada pela Braskem em Maceió tem causado graves consequências para as comunidades afetadas. No total, 14.576 imóveis, tanto residenciais quanto comerciais, foram condenados devido aos danos estruturais gerados pelos afundamentos no solo, afetando diretamente cinco bairros da cidade.
Mais de 40 mil pessoas precisaram ser realocadas para áreas temporárias, gerando um cenário de incerteza e transtornos para os moradores.
Ação da Defesa Civil e recomendação do Ministério Público
Em resposta à situação emergencial, a Braskem informou que a demolição das construções danificadas está sendo coordenada pela Defesa Civil de Maceió. Embora a medida busque garantir a segurança dos moradores, ela gerou forte repercussão entre os afetados, que lamentam a perda de seus lares e o impacto social de uma decisão que, segundo muitos, não deveria ter sido tomada sem uma maior transparência e planejamento.
Diante dessa crise, o Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL) emitiram uma recomendação conjunta às autoridades locais e à Braskem. O documento solicita que sejam estabelecidos critérios mais rigorosos para o controle e a transparência no processo de demolição, a fim de proteger os direitos dos cidadãos atingidos e evitar novas injustiças nas áreas impactadas.
Desafios para a população e a necessidade de soluções definitivas
Para os moradores dessas áreas, a medida emergencial representa não só a perda de bens materiais, mas também o desmoronamento de um projeto de vida.
A falta de uma solução definitiva por parte da Braskem e das autoridades competentes tem gerado apreensão, uma vez que muitas famílias ainda aguardam uma compensação justa e a garantia de que não serão prejudicadas mais uma vez pela ação da empresa.
Em um cenário de incerteza, é essencial que o governo e a empresa promovam um diálogo mais eficaz, que priorize a recuperação e o suporte psicológico dos atingidos.