MAB promove manifesto em portaria da Vale cobrando reparação por tragédia de Mariana, ocorrida em 2015

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Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) promove na manhã desta quarta-feira (13) um manifesto para denunciar o “descaso” da Vale com as vítimas do rompimento da barragem de mineração de Fundão, em Mariana. Os manifestantes ocuparam a entrada da mineradora, em Vitória, na capital do Espírito Santo.

A tragédia ocorreu em 5 de novembro de 2015, na barragem administrada pela Samarco, mineradora subsidiária da Vale e da BHP Billiton. Após 8 anos do rompimento, que deixou 19 mortos, o MAB diz que as empresas não garantiram a reparação integral de milhares de pessoas atingidas por barragens.

“Estamos aqui em frente à portaria da Vale tentando uma conversa para reivindicar as nossas pautas que ainda não foram atendidas durante esses longos oito anos. Esperamos que a Vale se dê ao trabalho de vir aqui para conversar com esse povo de luta. Muitos vieram de longe na esperança de uma conversa”, afirmou Marilda, uma das integrantes do movimento.

Entre as principais reivindicações, a entidade pede o retorno do Auxílio Financeiro Emergencial (AFE) para aqueles que tiveram o corte recente por parte da Fundação Renova; indenização justa; água limpa e de qualidade; a criação de um programa de saúde específico para as famílias atingidas e projetos de desenvolvimento local.

Em 25 de janeiro deste ano, a Justiça Federal em Minas Gerais condenou a Vale, BHP e Samarco a pagar R$ 47,6 bilhões em indenizações por danos morais coletivos causados à população afetada pelo crime ambiental. A decisão atendeu aos pedidos do Ministério Público Federal e de outras instituições que moveram ações civis públicas cobrando a reparação por parte das mineradoras. A medida foi solicitada após as mineradoras oferecerem um valor considerado muito baixo.

MAB diz que maioria das vítimas não foi indenizada pela Vale

De acordo com o MAB, a maior parte das famílias impactadas sequer foi indenizada pelas perdas que sofreram. Porém, por meio de nota, a Vale afirmou que, como acionista da Samarco, “reforça o seu compromisso em apoiar a reparação integral dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, e registra que mantém os aportes feitos à Fundação Renova, entidade criada para gerenciar e implementar as medidas de reparação e compensação ambiental e socioeconômica, em cumprimento às disposições do TTAC”.

Ainda diz a nota: “Até 31 de janeiro de 2024 foram destinados R$ 35,08 bilhões às ações de reparação e compensação a cargo da Fundação Renova. Desse montante, R$ 13,97 bilhões foram para o pagamento de indenizações e R$ 2,71 bilhões em Auxílios Financeiros Emergenciais, totalizando R$ 16,68 bilhões para 440,6 mil pessoas”. As informações são do Brasil de Fato.

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