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Boston Metal inaugura unidade no Campo das Vertentes para converter rejeitos de mineração em ativos

Foto: Divulgação - Tecnologia instalada na unidade da pequena Xavier Chaves é a primeira do mundo com a Eletrólise de Óxido Fundido e possibilita a utilização de energia elétrica para fazer a separação dos materiais dos rejeitos

 

Foi inaugurada nesta quinta-feira (7), em Coronel Xavier Chaves, na região do Campo das Vertentes, uma unidade da Boston Metal do Brasil, a primeira unidade do mundo com a tecnologia Eletrólise de Óxido Fundido (MOE, na sigla em inglês). Uma das vantagens do método apresentado pela companhia é que a utilização de energia elétrica para fazer a separação dos materiais dos rejeitos.

Como a matriz energética de Minas Gerais é composta em 99% por fontes renováveis (hidrelétrica, fotovoltaica, eólica e biomassa), o MOE possui um baixo impacto ambiental. A inciativa tem apoio do Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG) e sua vinculada Invest Minas. A empresa vai extrair de rejeitos de mineração metais de alto valor, como nióbio e tântalo, transformando materiais complexos em uma fonte de receita, com vantagens ambientais.

O governador Romeu Zema esteve presente ao evento de inauguração e lembrou que Minas Gerais foi o primeiro estado da América Latina e do Caribe a aderir à campanha Race To Zero, voltada para a neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE) no Estado até 2050.

“Estamos vendo o início da mineração 4.0, em que a matéria-prima utilizada é o rejeito que está acumulado, causando um enorme impacto ambiental. Desta forma, o que hoje é um problema para várias mineradoras e metalúrgicas, virou uma solução em que a Boston utiliza eletricidade da Cemig, que é uma energia limpa, produzida através de fontes renováveis, para extrair metais de alto valor agregado. E isso reduz o impacto ambiental, traz investimentos para o estado e gera empregos, renda e desenvolvimento para a região”, analisou.

O governador projetou ainda que o setor deve crescer no estado, atraindo mais negócios, gerando emprego e renda: “Acredito que, devido à transição energética, é um mercado que vai crescer muito. Com isso, teremos aqui, em breve, uma grande empresa gerando centenas de empregos diretos e milhares indiretos, fazendo com que a cidade entre em um ciclo de desenvolvimento como nunca se viu na história”.

A tecnologia inovadora chamou a atenção de investidores como a ArcelorMittal, BHP, Vale, Microsoft e Breakthrough Energy Ventures, fundo dirigido por Bill Gates para o investimento em soluções de energia sustentável, além do IFC, um braço privado do Banco Mundial.

Geração de empregos pela Boston Metal

A Boston Metal do Brasil prevê a produção de 720 toneladas de metais de alto valor em 2024. A empresa prevê que, até 2026, a capacidade seja ampliada para até 10 mil toneladas/ano, com o seu número de empregadas saltando de 80 para 250.

A pequena Coronel Xavier Chaves, de apenas 3.500 habitantes, foi escolhida para sediar a primeira operação da empresa por oferecer boa combinação entre a oferta de matéria-prima e de energia limpa e por estar inserida em um ambiente sociocultural favorável, com profissionais familiarizados com a atividade de mineração. A planta foi erguida menos de um ano após o anúncio oficial do investimento, em maio de 2023.

“Nossa instalação é uma prova da dedicação e experiência de nossa equipe”, disse o presidente da subsidiária brasileira, Itamar Resende.

O secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Fernando Passalio, avaliou que a inauguração da Boston Metal reforça o compromisso de Minas Gerais com a inovação e a sustentabilidade: “Ter no nosso estado uma tecnologia inédita no mundo é sinal de que temos capacidade técnica e humana para sermos protagonistas da transição energética global. Esperamos que, muito em breve, outras unidades da empresa sejam construídas em Minas contribuindo para uma mineração cada vez mais sustentável, gerando mais recursos e empregos para os mineiros”, destacou.

Como funciona a MOE

A matéria-prima (rejeito em Coronel Xavier Chaves) é inserida na célula MOE e submetida a uma corrente elétrica de elevada amperagem. A corrente elétrica promove a obtenção do metal desejado, liberando oxigênio e, ao mesmo tempo, gerando altíssimas temperaturas que derretem o material, que é então vazado pela parte inferior, com alto grau de pureza.

A célula MOE é modular e escalável de acordo com o volume de produção projetado. Para aumentar a capacidade, basta adicionar novas células ao processo. É também flexível. “Ela é viável mesmo a partir de minério ou rejeitos com níveis de concentração de metais muito abaixo do mínimo exigido hoje pelas indústrias do setor”, comentou Itamar Resende.

Para o diretor-presidente da Invest Minas, João Paulo Braga, a tecnologia da Boston Metal deve atrair ainda mais investimentos para Minas.

“A pauta ESG está cada vez mais forte dentro das empresas. Muitas delas têm interesse em processar os rejeitos originados da atividade minerária, por exemplo, evitando que esses materiais sejam destinados ao ambiente e ainda gerando receita. É um projeto que tem tudo para se espalhar pelas regiões mineradoras”, afirmou. As informações são da Agência Minas.

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