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Paralisação de obras de expansão da ArcelorMittal em 2024 frustra trabalhadores de João Monlevade

Foto: Bruno Guimarães - Empresa informou que faz revisão do plano de investimentos de R$ 4,3 bilhões previstos para João Monlevade e Itatiaiuçu

 

A ArcelorMittal Brasil anunciou a paralisação em caráter temporário das obras de expansão da Usina de João Monlevade. Por meio de nota, a empresa justificou a decisão dizendo que, por conta do cenário macroeconômico e às oportunidades de mercado, a companhia vem revisando seu plano de investimentos.

“Como em todo projeto desse porte, a empresa acompanha o cenário macroeconômico e do setor siderúrgico no país, impactado pelo aumento das importações, e o crescimento da demanda por aço tem sido inferior ao previsto”, diz a nota.

A empresa informou, ainda, que decisão não afeta a mão de obra e a produção local, mas, sim, apenas os trabalhos das empresas terceirizadas que atuavam na estrutura no canteiro de obras.

Anúncio de investimentos

Em 2021 a empresa anunciou que investiria R$ 4,3 bilhões em sua operação brasileira até 2024. Os investimentos estavam previstos para a Usina de Monlevade e na Mina de Serra Azul, em Itatiaiuçu, gerando cerca de mil empregos diretos.

Em João Monlevade as obras são para a implantação de uma nova sinterização, construção de um novo alto-forno, duplicação da aciaria, além da ampliação dos sistemas logísticos de recepção de matérias-primas e expedição. A produção da usina é destinada tanto ao mercado interno quanto ao externo.

De acordo com a companhia, uma das etapas do projeto foi a construção do Laminador 3, já concluída. Ele está operando desde 2022, tendo atingido, no último mês de julho, a marca de 1 milhão de toneladas produzidas desde o início da sua operação.

“O novo laminador duplicou a capacidade de produção de laminados da unidade e está em linha com a estratégia da empresa de ampliar a produção de produtos de alto valor agregado. Já as linhas de sinterização, alto-forno e aciaria serão paralisadas, e parte dos recursos será redirecionado para modernização da planta”, diz a ArcelorMittal.

Frustração

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de João Monlevade (Sindmon-Metal), Flávio Cordeiro de Paiva, diz que a decisão frustra o município e que o sindicato aguarda o planejamento da desmobilização dos trabalhadores envolvidos.

“O representante de relações trabalhistas e sindicais da ArcelorMittal procurou o Sindmon-Metal na tarde desta quarta-feira (18) para anunciar a paralisação das obras de expansão da usina local. Conforme informado, nos próximos dias haverá início da desmobilização das obras em andamento”, informou a entidade.

Ao jornal À Notícia, de João Monlevade, Flávio Paiva disse que a paralização se deve ao mercado siderúrgico “ocioso e lateralizado”, além das importações do aço chinês: “Apesar de o governo ter taxado em 25% essas importações o mercado ainda não reagiu como o esperado. O mercado siderúrgico nacional tem imenso potencial, mas precisa de outras medidas para deslanchar”.

A ArcelorMittal reiterou que continua a acreditar no país e que a unidade de João Monlevade (foto) tem importância estratégica para o negócio da empresa no Brasil, especialmente como o seu papel de destaque na produção de fio-máquina para aplicações especiais, sendo a única planta industrial no país a produzir steel cord voltado para o mercado automobilístico. “A empresa reforça ainda que prossegue investindo e contribuindo para o desenvolvimento socioeconômico do município e região”, diz a ArcelorMittal, por meio da nota.

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