A Prefeitura de João Monlevade justificou, nesta segunda-feira (22), o decreto do estado de emergência em função da situação epidemiológica da dengue no município. O decreto, publicado na edição de sexta-feira no Diário Oficial do Município, prevê medidas de contenção da proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
O decreto, entre outras medidas, autoriza a autoridade sanitária a lavrar auto de infração em imóveis em que for verificada recusa do morador ou a impossibilidade do ingresso por motivos de abandono ou ausência de pessoas que possam abrir a porta. A prefeitura também adotará as medidas administrativas e legais cabíveis para garantir o acesso dos agentes de controle de endemias aos imóveis do município.
O decreto ainda autoriza o remanejamento de servidores públicos e a contratação, por tempo determinado, de pessoal necessário para atender às demandas prioritárias da Secretaria de Saúde. Veja o decreto na íntegra.
Emergência no combate à dengue no município
Desde o início do ano a Prefeitura vem intensificando as ações de combate aos focos de dengue no município. Somente no bairro Planalto, foram retirados 52 caminhões de detritos. Materiais como lixo, entulho e mato foram eliminados por meio das ações que envolvem as Secretarias de Saúde e a de Obras e Serviços Urbanos.
De acordo com a Prefeitura, a Vigilância em Saúde (Visa) realizou nos dias 10, 13 e 16 a aplicação de inseticida com bomba costal nos bairros Santa Bárbara e Novo Horizonte, Jacuí, Sion, São Geraldo, Alvorada, Nossa Senhora da Conceição, República, Paineiras e Teresópolis. A aplicação é realizada somente em ruas e avenidas com casos notificados de dengue.
A supervisora de endemias da Visa, Renata Santos, explica que o trabalho de aplicação é realizado ao longo do ano, mas intensificado nos períodos de maior reprodução do mosquito. A servidora lembra que a população precisa fazer sua parte, combatendo os focos de dengue em casa.
“O inseticida é usado para matar o mosquito na fase adulta, porém, isto não elimina as larvas e demais fases do ciclo de vida do Aedes Aegity. Por isso é importante que a população faça a sua parte, eliminando os locais onde o mosquito se reproduz e receba os agentes de endemias em sua residência”, diz a supervisora.
Visa emite alerta e convoca população a combater o mosquito
Na semana passada, a Visa havia emitido um alerta epidemiológico com orientações aos profissionais e serviços de saúde de João Monlevade, sobre o aumento de casos suspeitos de dengue e chikungunya.
Conforme o alerta, o vírus da dengue sorotipo 3 foi detectado em Belo Horizonte no fim do ano passado. O vírus em questão não circulava significativamente no Brasil desde 2008. Alguns estudos sugerem que o Sorotipo 3 está associado a formas mais graves da doença.
O alerta ainda menciona que especialista do Brasil inteiro preveem um risco de epidemia de dengue e chikungunya em 2024 causadas pelo sorotipo 3 de magnitudes não vistas há 15 anos no Brasil.
De acordo com a enfermeira da epidemiologia responsável pelo setor de arboviroses da Visa de João Monlevade, Patrícia Souza e Silva, os números da dengue em 2024 podem superar os registrados em 2023. “É preciso um esforço conjunto de todos, não só da Prefeitura, não só da população, mas de toda a comunidade. Cada um tem que fazer a sua parte para combater o mosquito”, concluiu.