O município de São Gonçalo do Rio Abaixo vive um momento de bonança econômica em função dos inúmeros investimentos possíveis a partir da mineração, atividade que tornou a cidade de menos de 12 mil habitantes o maior PIB per capito do país. Porém, o município não quer perder sua identidade com a nova realidade e realiza, por meio da Secretaria de Cultura e Turismo, uma pesquisa contínua sobre sua própria história. O trabalho visa preservar a memória, um dos passos para “construir uma cidade inteligente”.
No processo de pesquisa e conservação realizado pelo Setor de Patrimônio, um acervo de aproximadamente 817 itens entre fotos, objetos e documentos contribui com a inciativa. O material tem passado por digitalização e restauros.
De acordo com os pesquisadores, os documentos mais antigos resgatados até agora pela equipe do setor são datados de 1760. “Trata-se de um processo de cobrança de ouro para pagamento à coroa portuguesa, bem como uma solicitação de Eusébio Antônio de Brito à corte do país para a mudança de sua família, esposa e filhos, para a então vila de São Gonçalo do Rio Abaixo”, informa a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Ainda segundo a secretaria, existem documentos de grande relevância entre os resgatados, como o pedido para criação da paróquia e o registro das fazendas do município que constam em 169 páginas.
O acervo ainda reúne documentos importantes relacionados à região da Estação Ambiental Peti. Um deles datado de 1900 está relacionado à venda do sítio do Bom Sossego, que em seguida se tornou vila e posteriormente as instalações da usina. Outro contém informações sobre a missão Colle no Brasil, em 1949, que teve como um dos objetivos a ampliação da Usina Hidrelétrica de Peti, numa ação voltada para o desenvolvimento do país.
Dinheiro de sobra
Com menos de 12 mil habitantes, São Gonçalo do Rio Abaixo é considerada a cidade mais rica do país em termos de arrecadação per capita, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Produto Interno Bruto (PIB) por habitante é de R$ 209 mil. Somente com o ICMS e ISS, por habitante, a cidade arrecada R$ 15.617.
A transformação na arrecadação vem desde 2006, quando a Vale iniciou o projeto de exploração da mina de Brucutu. O complexo é um dos maiores de extração e beneficiamento de minério de ferro do mundo.
“A economia do município deu um salto e permitiu propor e executar um grande plano de aproveitamento da oportunidade para oferecer à população melhor qualidade de vida e uma das melhores infraestruturas urbanas e rurais. Estamos focados em preparar São Gonçalo para o futuro, buscando diversificar a economia de forma a garantir a sustentabilidade sem depender da indústria extrativa mineral”, diz o prefeito Nozinho, à Revista Cidades e Minerais. (Saiba mais).
