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Vale avalia sociedade bilionária para compra da Bamin que exige investimento de 5,5 bilhões de dólares

Imagem: Divulgação - Pressão política e riscos financeiros colocam a Vale, gigante da mineração, em dilema sobre possível entrada no controle da empresa baiana

Executivos da Vale e da Cedro Mineração sentaram à mesa para discutir uma possível parceria estratégica com um objetivo específico: a compra da mineradora Bamin (Bahia Mineração), atualmente controlada por um grupo do Cazaquistão. O negócio, no entanto, está longe de ser simples — e muito menos barato.

Com um passivo elevado e urgência por novos aportes, a Bamin precisaria de um investimento estimado em US$ 5,5 bilhões para viabilizar sua operação e alavancar projetos estratégicos no estado da Bahia. Apesar do potencial logístico da empresa, os números apresentados pela área técnica da Vale durante o encontro não animaram: os dados apontam para riscos significativos e retorno incerto, especialmente sob o ponto de vista da gigante brasileira.

Interferência política nas decisões da Vale e dilema empresarial

A possível negociação não ocorre em terreno neutro. Há cerca de um ano, figuras influentes da ala baiana do governo federal, como os ministros Rui Costa e Jaques Wagner, além de Alexandre Silveira, vêm pressionando a Vale para entrar no negócio. A intenção seria garantir que o projeto da Bamin, estratégico para o estado da Bahia, seja retomado com força e recursos.

O presidente da Vale, Gustavo Pimenta, tem adotado uma postura cautelosa e vem resistindo, nos bastidores, às investidas do governo. Habilidoso, ele tem buscado ganhar tempo diante de um cenário complexo: embora o negócio envolva forte interesse político, os fundamentos econômicos ainda não se mostraram suficientes para justificar a entrada da Vale.

Negócio difícil, mas não descartado

Mesmo com o cenário desfavorável, a possibilidade de a transação sair do papel ainda existe — ainda que pequena. Para a Vale, um “não” ao governo federal nunca é uma decisão simples. Brasília tem mecanismos de pressão capazes de afetar diretamente os interesses da mineradora, como a retenção de licenças ambientais fundamentais para a expansão de suas atividades em diversas regiões do país.

Enquanto isso, o futuro da Bamin segue indefinido, com um impasse que mistura economia, política e interesses estratégicos. A movimentação nos bastidores segue intensa, e qualquer definição pode ter reflexos diretos não apenas no setor de mineração, mas na relação entre o setor produtivo e o poder público no Brasil.

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