Com foco em minerais estratégicos como lítio e cobre, a mineração brasileira avança rapidamente em estados como Pará, Bahia, Goiás e Minas Gerais. Essa corrida por recursos essenciais à transição energética global pode, no entanto, desencadear uma série de consequências socioambientais de longo alcance.
Crescimento acelerado e impactos preocupantes
A expansão das atividades mineradoras no país tem causado preocupações crescentes. Além de contribuir para o desmatamento e a degradação de ecossistemas, o setor é responsável por uma alta emissão de gases de efeito estufa — com estimativas que apontam para até 2,55 gigatoneladas de CO₂ equivalente.
Esses números colocam a mineração entre os fatores que podem agravar ainda mais os eventos climáticos extremos já sentidos em diferentes regiões do Brasil e do mundo.
O uso intensivo de combustíveis fósseis em veículos e máquinas de mineração está entre as principais fontes dessas emissões. A ausência de práticas sustentáveis em muitos empreendimentos agrava ainda mais o cenário ambiental, colocando em risco o equilíbrio climático e ecológico.
Comunidades afetadas e o alerta para uma mineração sustentável
O avanço da mineração também traz impactos diretos para comunidades indígenas e tradicionais, frequentemente atingidas por desapropriações e degradação ambiental. Os desastres com barragens em Mariana e Brumadinho seguem como símbolos das consequências de uma exploração que negligencia os limites humanos e ambientais.
Apesar de o Brasil ocupar um papel estratégico na produção de minerais críticos para tecnologias limpas — como baterias de veículos elétricos —, especialistas alertam que é urgente alinhar a exploração ao desenvolvimento sustentável.
Ações como a recuperação de áreas degradadas e o fortalecimento da governança ambiental são fundamentais para reduzir os danos e promover uma mineração que respeite tanto o planeta quanto as populações afetadas.