Mineradoras menores, conhecidas como “junior minings”, estão desbravando a exploração de recursos como lítio e terras raras, peças-chave na fabricação de baterias e outras tecnologias limpas.
Com o capital vindo de países como Austrália, Canadá e Estados Unidos, essas mineradoras menores apostam no potencial do Brasil para atender à crescente demanda por minerais necessários à revolução verde.
O mercado global de minerais críticos pode atingir até US$ 1 trilhão até 2030, conforme estimativas da Agência Internacional de Energia (IEA), e o Brasil surge como um dos protagonistas dessa transformação.
O que são as Junior Minings?
As junior minings são empresas de mineração menores, geralmente avaliadas em cerca de US$ 500 milhões, com foco principal na descoberta e exploração de novas reservas minerais.
Diferente das petroleiras juniores, que se especializam em adquirir campos maduros de petróleo da Petrobras para operar, as mineradoras menores têm um perfil de alto risco, mas oferecem o potencial de grandes retornos, especialmente em um cenário global de crescimento e transição energética.
Mudanças regulatórias impulsionam o setor
A chegada dessas mineradoras ao Brasil não é por acaso. Mudanças regulatórias, como a criação da Agência Nacional de Mineração (ANM) em 2017, abriram portas para que investidores estrangeiros pudessem atuar com mais segurança.
Anteriormente, mineradoras podiam manter direitos sobre áreas sem a necessidade de desenvolvê-las. Hoje, com novas regras mais rígidas, quem não cumprir os cronogramas de pesquisa perde esses direitos, e as áreas podem ser devolvidas ao governo e leiloadas para outros interessados.
A transformação silenciosa do setor mineral no Brasil pode ser o início de uma nova era de exploração responsável, sustentável e, principalmente, lucrativa, que coloca o país no centro da transição energética global.