A recente implementação da taxação de 25% sobre exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos gerou preocupação, mas também algumas estratégias proativas, principalmente para as indústrias de Minas Gerais. A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) tem se mostrado otimista quanto à possibilidade de um acordo entre os países. No entanto, é possível observar desde já um movimento de antecipação das exportações por parte das indústrias, que buscam minimizar o impacto dessa tarifa elevada, com embarques realizados já no mês de janeiro.
Embora as negociações ainda estejam em andamento, a FIEMG acredita que, caso o acordo não se concretize, as empresas precisarão revisar suas estratégias comerciais. Um ponto crucial será a necessidade de diversificar os mercados internacionais para reduzir a dependência do mercado norte-americano e lidar com a nova realidade tarifária.
Minas Gerais: O impacto da taxação de aço e alumínio nas exportações
Minas Gerais responde por 30% da produção nacional de aço e possui uma importância estratégica para a indústria siderúrgica do Brasil. De acordo com as projeções do IPEA, a tarifa de 25% deve resultar em uma queda de 2,19% na produção de aço nacional, com uma redução de 11,27% nas exportações desse metal. Para Minas Gerais, a tendência é que esses impactos sejam mais acentuados, já que a metalurgia representa 18% da economia do estado, em contraste com os 5,5% do Brasil como um todo.
Mesmo com as tarifas, o Brasil alcançou um recorde nas exportações de aço para os EUA em 2024. As indústrias brasileiras, especialmente as de Minas Gerais, estão adotando diversas estratégias para manter sua competitividade. Uma das medidas adotadas foi a antecipação dos embarques, especialmente em janeiro, garantindo que os produtos fossem exportados antes da implementação da tarifa. As indústrias também estão se unindo com representantes do governo brasileiro para pressionar as autoridades dos EUA a reconsiderarem ou renegociarem as tarifas.
Além disso, o Brasil segue como o segundo maior fornecedor de aço para os EUA, atrás apenas do Canadá. Isso se deve ao fato de que o aço brasileiro é essencial para a indústria norte-americana, pois os produtos exportados são principalmente semiacabados, que são complementados pelo processo de fabricação dos EUA. Essa complementaridade torna a demanda por aço brasileiro ainda forte, mesmo diante das tarifas.
A FIEMG está otimista quanto a uma possível negociação entre o Brasil e os EUA, que pode resultar em uma redução das tarifas ou na criação de cotas específicas para o aço brasileiro. A indústria siderúrgica brasileira tem um papel fundamental no fornecimento de materiais semiacabados que são usados na fabricação de produtos nos Estados Unidos, o que torna a situação mais favorável para um acordo.
O histórico do governo Trump também demonstra uma disposição para negociação, especialmente devido à pressão interna da indústria norte-americana, que depende do aço importado para manter a competitividade dos preços.
Como a FIEMG está acompanhando os desdobramentos da taxação
A FIEMG segue monitorando de perto as negociações entre o governo brasileiro e os Estados Unidos. Além disso, a federação tem atuado como interlocutora entre as indústrias mineiras e as instituições governamentais, garantindo que as preocupações das empresas sejam levadas em consideração.
Também está trabalhando junto aos setores afetados para desenvolver estratégias que possam mitigar os efeitos da taxação e proteger o fluxo de exportações, garantindo que as relações comerciais entre os dois países continuem fortes, apesar das dificuldades impostas pela tarifa.
Com a perspectiva de negociações em andamento, o futuro das exportações de aço e alumínio de Minas Gerais para os Estados Unidos ainda está em jogo. As indústrias mineiras, porém, demonstram resiliência e uma capacidade estratégica notável para superar esse desafio econômico.