Início Geral Urgência por políticas de descarbonização é debatida em seminário promovido pelo Ibram

Urgência por políticas de descarbonização é debatida em seminário promovido pelo Ibram

Foto: MM Advocacia Minerária - Painel destaca papel estratégico da mineração na transição energética e a urgência de um novo modelo energético; Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos encerra programação nesta quarta-feira

 

O Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) encerra nesta quarta-feira (8) a programação do Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos. O evento, realizado em Brasília-DF, conta com a presença de autoridades e especialistas de vários países e organizações para debater a urgência pela transição energética e o papel estratégico desses minerais nesse contexto.

A abertura foi realizada nessa terça-feira (7), com o lançamento do Green paper ou “livro verde”, documento destinado a promover uma reflexão sobre os minerais críticos e estratégicos, seguida de painéis técnicos pela manhã e à tarde. Entre os destaques da tarde, um dos mais prestigiados paineis foi o intitulado “Rotas de Descarbonização da Mineração e da Indústria do Contexto da Transição Energética”. Os trabalhos foram moderados pelo Diretor de Assuntos Associativos e Mudança do Clima do Ibram, Alexandre Valadares Mello.

O painel apresentou desafios e oportunidades das rotas de descarbonização para a indústria, incluindo o setor mineral. Sobre a adaptação aos eventos provocados pelas mudanças climáticas, o moderador destacou o papel estratégico da mineração:

“O governo e as empresas não estão preparados para essa adaptação. Nós temos visto o que está acontecendo na região Sul. Esses eventos extremos cada vez mais acontecerão não só no Brasil, mas no mundo inteiro. Então, a questão da adaptação é fundamental. Tem um dado interessante do Estudo Smart Mining Facilit, do World Bank, de 2020, que fala de três cenários de 2020 a 2050: no cenário atual, nós precisamos de 1.8 bilhão de toneladas de minerais, entre eles, minerais críticos, para a gente atingir nossa estabilidade climática”, explica o diretor do Ibram.

“Em relação ao que se coloca daquele 1,5oC que não podemos ultrapassar, esse estudo considera 2oC. E para não ultrapassarmos esses 2oC, nós precisaríamos dobrar a nossa produção de minerais até 2050. E acima desses 2oC, nós teríamos que praticamente triplicar a produção mineral. Ou seja, é um grande desafio termos minerais suficientes para chegarmos ao zero carbono”, complementa o moderador.  

Urgência pelas políticas de descarbonização 

O secretário de Economia Verde, Descarbonização e Bioindústria do Ministério do Desenvolvimento, Comércio, Indústria e Serviços, Rodrigo Sobral Rollemberg, destaca que o momento é oportuno para debater a descarbonização dos setores industriais, o que inclui uma nova mineração: “Infelizmente, num momento de uma tragédia muito dolorosa, que demonstra a urgência e a necessidade das políticas de descarbonização do país. Por outro lado, fico também satisfeito de ver, no âmbito do governo, o ministério da Fazenda ter em meio às suas prioridades burocráticas um Plano de Transformação Ecológica, e, no ministério que represento, o Plano Nova Indústria Brasil, que coloca como missões a bioceconomia, a  descarbonização, a transição e a segurança energética”, diz o secretário.

“Não há possibilidade de a gente avançar nessa descabarbonização sem ter uma participação muito grande da mineração. Este talvez seja o momento de aproveitar essa necessidade e uma compreensão maior da sociedade em relação à mineração para eliminar alguns tabus, preconceitos e resistências justificáveis por parte da população, pelos acidentes passados(…) Esse é o momento especial de a gente definir a trajetória brasileira com uma política firme de descarbonização e do fortalecimento de uma mineração responsável, que utilize as tecnologias, as fronteiras do conhecimento, que vão fornecer esses minerais críticos e estratégicos para o desenvolvimento nacional”, finaliza Rollemberg.

Também participaram da mesa a coordenadora Rede Clima da Indústria da Confederação Nacional da Indústria( CNI), Juliana Borges de Lima Falcão; o chefe do Departamento de Indústrias de Base e Extrativa do BNDES, Flávio Moraes da Mota; a diretora de energia e descarbonização da Vale, Ludmila Lopes Nascimento Brasil; o gerente Sênior de Performance Social da Hydro, Eugenio Pantoja e a analista de Políticas e Indústria  da Gerência de Clima e Energia da CNI, Rafaela Aloise de Freitas.

A programação segue nesta quarta-feira com a apresentação de painéis durante todo o dia. Clique e veja na íntegra. O Seminário Internacional de Minerais Críticos e Estratégicos do Ibram tem a cobertura do CidadadeseMinerais.com.br direto de Brasília, em parceria com a MM Advocacia Minerária.

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