Uma inciativa de uma profissional de saúde de Congonhas, importante cidade mineradora da região Central de Minas, vem colhendo grandes resultados nos últimos anos no estimulo a doações de sangue. Todo fim de semana, dezenas de voluntários vão aos quatro hemocentros de Belo Horizonte fazer o procedimento. Já são cerca de 300 doadores de sangue fiéis na cidade.
A articulação começou com a enfermeira do trabalho Jane Maria de Paula Santos. Ela vem há anos reunindo voluntários e conseguiu fazer com que a Secretaria Municipal de Saúde e empresas de transporte locais unissem esforços para levar os doadores aos à capital regularmente.
De acordo com Jane, a saída para a capital ocorre todo sábado, às 6h. O retorno é por volta de 12h. Seguindo protocolos técnicos, é realizada uma pré-triagem com os pacientes que se oferecem para doar. Muitos deles vão atender a demandas de parentes internados em unidades de saúde de Belo Horizonte. Outros vão simplesmente por vontade de ajudar.
Solidariedade
Com a pandemia do Coronavírus a demanda por sangue nos hospitais aumentou. Esse foi, segundo a enfermeira, um dos fatores a fazer o “Projeto Sangue Nosso Mais Vida” consolidar sua atuação. Atualmente contam com apoio da Secretaria Municipal de Saúde nos encaminhamentos e das empresas Turin, Sem Fronteiras, São Luiz e Lumape Transportes, levando os passageiros.
“O desespero das famílias para conseguir doadores, ao mesmo tempo em que têm a preocupação com os entes queridos foi o que nos motivou a começar esse trabalho. A intenção é facilitar a logística das doações para captar os voluntários, fazer com que as pessoas tenham consciência da importância de doar sangue. Todo município que não tem hemocentro deveria articular esse tipo de parceira”, diz Jane.
“Ao invés de reclamar que não temos hemocentro, é preciso agir da forma que está ao nosso alcance, saber quantas pessoas estão realmente interessadas em doar sangue e dar todas as condições para que elas façam as doações, trata-las com respeito e carinho”, complementa a enfermeira.
Agendamentos
A Secretaria Municipal de Saúde de Congonhas alerta que nos meses mais frios, como junho, julho e agosto são registradas baixas nas doações para os hemocentros. Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que de 3% a 5% da população seja doadora de sangue. Porém, no Brasil esse índice é de apenas 1,8%, de acordo com a Federação Brasileira de Hospitais.
“Queremos que no futuro pelo menos 10% da população passe a doar sangue regularmente em Congonhas, com o incentivo dessa ação que promovemos na cidade. Sabemos que não é fácil fazer essa mobilização, mas o trabalho continua”, diz Jane.
Moradores de Congonhas interessados em doar sangue devem fazer o agendamento diretamente com a enfermeira Jane pelo telefone (31) 99785-5705.
Requisitos para doar
- Ter entre 16 e 59 anos de idade (aos menores de idade é obrigatório preenchimento de documento de autorização pelos pais ou responsáveis legais mais cópia do documento dos responsáveis legais).
- Pesar mais de 50 kg;
- Estar em boas condições de saúde e alimentado;
- Apresentar documento de identificação oficial (RG, CNH, ou carteira de trabalho) com foto.
No site do Hemominas é possível consultar todas as condições e restrições para doação de sangue.