As perspectivas de curto e longo prazo para o mercado de minério de ferro foram debatidas durante painel realizado no segundo dia (10) da Exposibram 2024. Entre os painelistas, estavam presentes ao painel a CEO da Anglo American no Brasil e presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Ana Sanches; o diretor-presidente da BAMIN, Eduardo Jorge Ledsham; o executivo da Porto Sudeste do Brasil e da Mineração Morro do Ipê, Jayme Nicolato Corrêa; e o analista de aço da Wood Mackenzie, Artur Bontempo Filho.
Começando os trabalhos, Artur Bontempo Filho ressaltou que nos próximos anos a demanda do mercado não será muito expansionista, no entanto, haverá um aumento na procura por minérios de alto teor. Por isso, a necessidade de um posicionamento estratégico diante dessa projeção. “É preciso se preparar”, destacou.
Minério de ferro de alta qualidade
Compartilhando da mesma visão, Jayme Nicolato Corrêa também falou sobre o aumento da procura e da produção de minério de ferro de alto teor com baixo nível de contaminantes e o desafio enfrentado por regiões como o Quadrilátero Ferrífero, que lida com teores médios ou baixos. Para ele, esse cenário trará um grande impacto, especialmente para as pequenas empresas, mas que o futuro deverá ser promissor. “Temos projetos maravilhosos sendo desenvolvidos para a construção de ferrovias e outras infraestruturas. Precisamos pensar estrategicamente para chegar nas ferrovias, implementar filtragem, aumentar a frota de caminhões e melhorar nossa competitividade”, afirmou.
Ana Sanches frisou a importância da inovação e da excelência operacional para enfrentar esse desafio. “Em um cenário como esse, é de onde vem ainda mais forte a necessidade de inovação, desenvolvimento tecnológico e a excelência nos processos, porque são as pequenas diferenças somadas que vão abrir as portas para a nossa competitividade e para mantermos nosso papel tão relevante no mercado”, enfatizou.
Minério de ferro: competitividade, qualidade e logística
Eduardo Jorge Ledsham, da BAMIN, por sua vez, falou sobre o posicionamento da empresa para aumentar a competitividade, destacando a qualidade e a logística integrada como fatores cruciais para que o Brasil se posicione como um fornecedor de minério de ferro de alta qualidade. “A estratégia que adotamos é focada na qualidade, sempre buscando o menor custo. Estamos extremamente confiantes de que a demanda por qualidade só vai crescer”, argumentou. “Qualidade, combinada com custo e uma logística integrada, vai posicionar o Brasil como um fornecedor de alto padrão”, complementou Ledshan.
Abordando o tema sustentabilidade, Nicolato mencionou possíveis estratégias para a redução da “pegada” de carbono do minério de ferro, destacando que, por meio da exploração de fontes de energia renováveis, é possível reduzir consideravelmente as emissões. Em seguida, Ana Sanches apresentou as iniciativas da Anglo American, que já conta com cinco navios em sua frota utilizando GNL (Gás Natural Liquefeito) como combustível. “Estudos apontam uma redução de até 35% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com navios convencionais”, concluiu.
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