Divulgado na última terça-feira (7), o desempenho do setor mineral em 2022 apresentou números inferiores em relação a 2021. Leia a matéria a seguir e saiba mais.
De acordo com os dados divulgados na última semana, a menor demanda por minério de ferro da China influenciou de forma significativa na queda do preço da commodity. O saldo mineral em 2022 chegou a quase 40% a menos em relação ao saldo de 2021 e o Brasil também registrou queda na produção, no faturamento e no volume de exportações minerais. Todavia, o setor mineral teve destaque na geração de empregos. Em 2022, a mineração gerou mais de 5 mil vagas diretas.
“Tivemos queda em termos de produção (-12% estimada), faturamento (-26%), exportações (-28%) e recolhimento de tributos e encargos (-24,6%). Porém, foram criadas mais de 5,7 mil vagas, de janeiro a novembro, totalizando quase 205 mil empregos diretos; incluindo os indiretos, a mineração gera mais de 2 milhões de vagas” – aponta o diretor-presidente do IBRAM, Raul Jungmann.
A queda do faturamento do setor mineral exerceu grande impacto sobre os tributos recolhidos pela mineração. O recolhimento da Compensação Financeira pela Exploração Mineral (CFEM) foi 31,8% menor no ano de 2022 em relação ao ano de 2021.
Perspectivas para 2023
De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM), os resultados deste ano devem apresentar volatilidade devido à influência que a demanda externa por minério exerce sobre o Brasil. Além disso, a implantação de novos encargos e políticas pode elevar os custos dos projetos e atividades minerárias. Dessa forma, a competitividade internacional deve diminuir e afetar, de forma negativa, a aplicação de investimentos no Brasil. Contudo, o IBRAM afirma que as perspectivas para o setor apontam estabilidade em relação ao desempenho registrado em 2022.
O instituto também apresentou novas ações de combate ao garimpo ilegal que tem avançado na Amazônia. Diversas organizações como o Banco Central, o Ministério de Minas e Energia, a União Europeia e a Polícia Federal estão envolvidas em iniciativas contra a prática criminosa responsável pela crise humanitária dos povos Yanomamis e por diversos crimes ambientais.
De acordo com o MapBiomas, o garimpo ocupava 196 hectares em 2021. O número supera a área utilizada na mineração e aponta que a atividade tem se expandido além das áreas que são concedidas legalmente.