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CSN Mineração investirá R$ 8 bilhões no complexo Casa de Pedra, em Congonhas, mas projeto gera protestos

Imagem: Divulgação - Embora o empreendimento da CSN prometa prolongar a vida útil da mina até 2080 e gerar milhares de empregos, ele também está sendo alvo de intensas críticas da população local, ambientalistas e entidades da região que levantam preocupações sobre os impactos ambientais, sociais e culturais da expansão

 

A CSN Mineração anunciou um investimento de R$ 8 bilhões na construção da planta Itabirito P15, localizada no complexo Casa de Pedra, em Congonhas, Minas Gerais. Com previsão de operação para 2027, a planta tem como objetivo a produção de minério de ferro premium, com teor de ferro entre 67,5% e 68%, destinado principalmente para siderúrgicas que buscam reduzir as emissões de carbono.

Embora o empreendimento prometa prolongar a vida útil da mina até 2080 e gerar milhares de empregos, ele também está sendo alvo de intensas críticas. A população local, ambientalistas e entidades da região levantam preocupações sobre os impactos ambientais, sociais e culturais da expansão, além da segurança das operações mineradoras em uma área densamente habitada.

CSN Mineração: oportunidade ou ameaça para Congonhas?

A proposta é reaproveitar minérios de baixo teor já armazenados no complexo, o que diminuirá a geração de rejeitos e aumentará a produção de minério de alta qualidade. A empresa também aponta que o projeto visa atender às siderúrgicas no Japão e Oriente Médio, mercados com alta demanda por minério sustentável.

No entanto, o local escolhido para a construção da CSN, dentro de uma área urbana, levanta sérias preocupações. Os impactos diretos para a comunidade, tanto no aspecto ambiental quanto no social, são questionados, especialmente por conta da fragmentação do licenciamento ambiental, uma prática que, segundo críticos, dificulta a avaliação de impactos cumulativos e limita a participação pública.

A expansão do complexo Casa de Pedra ocorre em uma região que já sofre com a poluição atmosférica e hídrica provocada pelas operações da mina. Moradores relatam problemas de saúde devido à poeira constante e à contaminação dos recursos hídricos, agravando ainda mais a escassez de água e prejudicando a biodiversidade local.

Além disso, a cidade de Congonhas, reconhecida por seu patrimônio cultural, enfrenta ameaças à preservação de monumentos históricos, como o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, tombado pela UNESCO. As vibrações causadas pela mineração podem comprometer a integridade dessas estruturas com o passar do tempo.

Outro ponto crítico do projeto é a segurança da barragem de rejeitos da Casa de Pedra, a maior da América Latina situada em área urbana. A barragem, que tem 84 metros de altura e armazena 65 milhões de metros cúbicos de rejeitos, está localizada perto de bairros densamente povoados, o que coloca cerca de 20 mil pessoas em risco caso haja algum incidente.

A falta de licenciamento ambiental para alteamentos anteriores e falhas ocorridas em 2013 e 2017 aumentam o receio da população em relação à segurança da estrutura.

O que fala a CSN sobre o projeto na Casa de Pedra

A CSN Mineração, por sua vez, defende que o projeto é essencial para manter a competitividade no mercado internacional de minério de ferro e atender à demanda por um material mais sustentável.

A empresa afirma que todas as suas operações estão em conformidade com a legislação vigente e que os investimentos em novas tecnologias não só reduzirão os impactos ambientais, como também eliminarão rejeitos históricos.

Além disso, a CSN destaca os benefícios econômicos para a cidade de Congonhas, como o aumento de 70% na arrecadação municipal com a nova planta. Nos últimos 18 meses, a empresa pagou R$ 730 milhões em compensação financeira pela exploração mineral, o que, segundo ela, contribui para a melhoria dos serviços públicos locais.

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