Segundo assessores e analistas, a recente decisão do Conselho de Administração da Vale de prorrogar o mandato do atual CEO até dezembro não elimina a possibilidade do governo Lula exercer sua influência no processo sucessório da mineradora.
Isso porque a lista tríplice da empresa de recrutamento, que será apresentada ao conselho, deverá passar por avaliação de conselheiros alinhados ao governo.
O maior acionista é a Previ, fundo de pensão dos seus funcionários, com participação significativa de 8,7%. Grupos econômicos, incluindo a Cosan, que participam de transações governamentais, também possuem participação acionária na empresa.
O mandato de Bartolomeo vai até 26 de maio. A sua prorrogação é uma solução intermédia – a administração está a pressionar pelo seu sucessor imediato – e uma tentativa de satisfazer o desejo do próprio poder executivo de ajudar a selecionar o seu sucessor. Apenas dois dos 13 deputados se opuseram à proposta vencedora. Eles defendem a prorrogação do prazo até maio de 2025.
Empresa de head hunter será contratada para selecionar o novo CEO da Vale
Uma empresa de recrutamento de executivos será contratada para selecionar três executivos. A lista será apresentada ao conselho de administração de acordo com a prática comum entre as mineradoras.
Bartolomeo assumiu a Vale há cinco anos e já manifestou o desejo de permanecer na empresa. Após o término do mandato, o executivo também atuará como assessor da Vale até 31 de dezembro de 2025 e permanecerá na empresa durante os dois primeiros meses do próximo ano, durante uma transição de comando.
Governo Lula tentou emplacar ex-ministro no cargo de alta chefia da Vale
Nos últimos meses, o governo Lula tentou colocar o ex-ministro Guido Mantega como presidente-executivo da Vale, mas a possibilidade foi recebida com duras críticas dentro da empresa e do mercado.
Depois que o governo retirou as indicações, os nomes de Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil, e de Walter Shalka, que está deixando a Suzano, circularam nas bolsas de apostas.