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Usiminas cobra aumento de tarifa sobre importação do aço após prejuízo de R$ 166 milhões

Foto: Divulgação - Empresa entende que condições atuais não favorecem a competição; Companhia registrou déficit no terceiro trimestre deste ano

 

Após divulgar o resultado do terceiro trimestre de 2023, apontando prejuízo de R$ 166 milhões, a Usiminas cobrou publicamente do governo o aumento da tarifa sobre a importação do aço. Apesar do maior volume de vendas no período, os números foram fortemente impactados pelo aumento das importações de aços laminados, especialmente da China, o que pressionou os preços no mercado.

A companhia havia registrado resultado positivo de R$ 287 milhões no trimestre anterior. Dessa vez, com o prejuízo em R$ 166 milhões, o Ebitda ajustado consolidado ficou negativo em R$ 20 milhões e a margem EBITDA também foi negativa em 0,3%. Já as vendas de aço totalizaram 1 milhão de toneladas, um aumento de 5% na comparação com o trimestre anterior, segundo o balanço divulgado.

“Não é novidade que a Usiminas, assim como toda a indústria siderúrgica brasileira, está passando por um momento desafiador. Os elevados níveis de importação de aço proveniente principalmente da China, que chegam até o país com preços artificialmente baixos, abaixo do custo em alguns casos, e criam uma concorrência desleal com o aço nacional”, comenta o presidente da Usiminas, Marcelo Chara.

O executivo reforça a importância de uma ação do governo brasileiro para garantir isonomia de competição. “O México recentemente aumentou a tarifa de importação para 25%. Em comparação, a tarifa de importação do Brasil está em 10,8%. Isso leva a uma invasão de produto porque outros mercados se fecharam para a concorrência desleal, enquanto o Brasil continua aberto”, afirma.

Investimentos da Usiminas  

Ainda de acordo com o balanço do 3T23, o investimento da Usiminas totalizou R$886 milhões, destinado, principalmente, à reforma do Alto Forno 3 da Usina de Ipatinga, maior investimento da companhia no ano. Com a conclusão das obras, a Usiminas prepara o equipamento para a entrada em operação.

“É um trabalho cuidadoso para retomar com segurança e cuidado com o meio ambiente. Foi uma obra complexa e que trará muitos benefícios e competitividade para a Usiminas. O Alto Forno 3 tem diversas melhorias de tecnologia que melhoram o desempenho, impactando em custos e na redução de emissão por tonelada produzida”, destaca Chara.

Conforme informou a companhia, entre os ganhos esperados estão o aumento da produtividade, com a redução de consumo de combustível e carga metálica, e diminuição das emissões de carbono. “Esses ganhos serão percebidos no primeiro trimestre de 2024, após o período de ramp-up para estabilização operacional do equipamento”, resume, em nota.

Além do Alto-Forno 3, que agrega melhorias ambientais em sua nova configuração, outra medida realizada na Usina de Ipatinga com foco na performance ambiental foi a paralisação da Coqueria 3. A medida contribuiu para a redução de custos, um dos principais focos da gestão, segundo a companhia.

O presidente da Usiminas ainda chamou a atenção para o fato de cenário do mercado ainda poder impactar na produção da companhia. Ao invés de um retorno à plena carga na Usina de Ipatinga, a Usiminas irá analisar o cenário e sua configuração produtiva, podendo abafar um de seus altos-fornos menores, como forma de adequação à demanda atual.

“Sem medidas concretas, o mercado continuará sofrendo com o aumento da concorrência podemos ter que abafar um dos fornos menores. Não poderemos operar com toda a nossa capacidade. Já em 2023, deixamos de abrir 600 vagas de trabalho pela concorrência chinesa”, explicou o executivo.

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