Nesses últimos anos, conversei, por meio de palestras, encontros empresariais, programas de rádios, etc, com milhares de pessoas sobre as grandes transformações ocorridas, nas últimas décadas, no mundo dos negócios. A globalização das economias, a preocupação com o meio ambiente, a sustentabilidade e a nova forma de se fazer negócio virtualmente, através da Internet, são temas presentes no nosso dia a dia.
No entanto, o que mais tem me impressionado, positivamente, nesses novos tempos, além de me fazer refletir bastante, é a grande transformação pela qual a mulher, por seu próprio mérito, tem passado. Durante centenas de anos, elas enfrentaram discriminações e imposições aos trabalhos “puramente femininos” e foram privadas de contribuir em assuntos relacionados, principalmente, à política e economia.
Uma das mais importantes contribuições da Revolução Industrial para a humanidade foi à admissão no mercado de trabalho das mulheres para postos até então ocupados por homens. À época, deixaram de ser donas de casa para encarar trabalhos duros nas indústrias. A partir do século XVIII os desafios ampliaram-se vertiginosamente e as conquistas foram se consolidando.
Mulheres e negócios
Vale lembrar que foi em uma manifestação ocorrida em uma indústria instalada em Nova Iorque, em 1857, que operárias entraram em greve por melhores condições de trabalho e equiparação salarial aos colegas do sexo masculino. Tal fato propiciou a instituição do “ 8 de março”. A luta por seus direitos foi contida com crueldade e mais de 100 trabalhadoras morreram carbonizadas, transformando esta data em referência de luta e no Dia Internacional da Mulher.
Após consolidar a autonomia econômica, diminuindo a dependência masculina, tanto dos familiares como do marido, a mulher conseguiu novas conquistas: o direito ao voto, o acesso à educação, a oportunidade de trabalhar em cargos de liderança e a participação como líder política. Na América Latina, por exemplo, as mulheres, nas últimas décadas ocuparam ou ocupam a presidência de importantes países como o Chile, Argentina e agora o Brasil. Essa liderança confirma que elas vêm conquistando direitos políticos os quais a história e a cultura reservaram aos homens durante séculos.
Se, no mundo atual, a inserção da mulher no mercado de trabalho mostra-se imprescindível para a prosperidade – por sua capacidade técnica, competência cognitiva e sensibilidade para compreender o mercado e atuar nele com desenvoltura – é preciso melhorar as condições de acesso, permanência e aprofundar as conquistas legais.
A criação de creches e entidades de apoio, a equiparação salarial e a implantação de leis mais severas de crimes contra as mulheres são imprescindíveis para que elas avancem ainda mais. Desejo que as mulheres continuem tomando a história em suas mãos. Precisamos de vocês!