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Estrada Real: estávamos no caminho certo?

Imagem: Divulgação

 

Você já deve ter ouvido falar na Estrada Real. Muita divulgação, marketing e, inclusive, ela até já foi tema de samba-enredo no carnaval do Rio de Janeiro – escola de samba Estação Primeira de Mangueira – em 2004. É fruto de um programa estadual que teve seu inicio no ano 2000. O objetivo de tal programa é fomentar a atividade turística em Minas Gerais, no percurso realizado pelos viajantes de Diamantina até Parati no RJ, tendo como carro-chefe a Estrada Real.

O termo Estrada Real refere-se aos caminhos trilhados pelos colonizadores desde a descoberta do ouro em Minas Gerais até o período de sua exaustão. A expectativa do Instituto Estrada Real, entidade responsável pela articulação desse produto turístico – na época – era de atender mais de 2,5 milhões de turistas por ano, aumentar a geração de emprego e renda e projetar nacional e internacionalmente Minas Gerais e as 177 cidades abrangidas pelo projeto.

Entretanto, estávamos realmente preparados para atender as expectativas e necessidades dos milhares de turistas e investidores? Ou foi mais uma travessura dos políticos apenas para se auto promover?

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Mapa oficial da Estrada Real

O que vi na Estrada Real

Durante dois dias, percorri centenas de quilômetros da Estrada Real e pude perceber um visual maravilhoso: natureza, monumentos históricos, enormes montanhas de pedras, cachoeiras e grutas. No entanto, a ocupação desordenada e a exploração imobiliária, sem nenhum controle, podem ameaçar o patrimônio.

A falta de sinalização, quilometragens equivocadas e dificuldades de obter informações são fatores que nos privam de conhecer vários atrativos turísticos. Verifiquei vários marcos de sinalização turística danificados, cercas de arame e porteiras impedindo e dificultando o acesso. Percebi também, pontos turísticos sem qualquer identificação e estrutura, como a ausência de lanchonetes, restaurantes, sanitários, hotéis e pousadas para atender o turista.

Conseguiremos, realmente, criar empregos, aumentar a renda e a arrecadação, além de promover o desenvolvimento em um universo tão exagerado de cidades e com pouca infraestrutura para receber turistas do Brasil e do mundo?

Reginaldo Calixto
é administrador, empreendedor, MBA em Gestão Estratégica de Negócios. Em Itabira-MG foi vice-prefeito, secretário de Desenvolvimento Econômico, provedor do Hospital Nossa Senhora das Dores e presidente da Associação Comercial e Industrial de Itabira (Acita).
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