
Uma proposta em análise no Congresso Nacional sobre a redução da jornada de trabalho e o possível encerramento da escala 6×1 acendeu o alerta no setor produtivo. Um estudo elaborado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) estima que a mudança pode desencadear um cenário crítico, com até 18 milhões de postos de trabalho eliminados em todo o país.
Os dados foram apresentados na quarta-feira (16), durante o evento “Jornada 6×1 e os Impactos nas Relações de Trabalho”, realizado pela FIEMG em parceria com outras entidades do setor industrial. Empresários e especialistas se reuniram para discutir os efeitos da proposta nas estruturas produtivas e nas relações trabalhistas no Brasil.
Redução do PIB e avanço da informalidade estão entre os principais riscos com fim da escala
O levantamento da FIEMG aponta que, caso a escala seja reduzida para até 40 horas semanais sem aumento proporcional de produtividade, o impacto pode atingir 16% do Produto Interno Bruto (PIB), com uma perda estimada de R$ 2,9 trilhões em faturamento nos setores produtivos.
Além disso, a análise mostra que o país poderá registrar uma redução de R$ 480 bilhões na massa salarial, afetando diretamente o poder de compra e a estabilidade financeira das famílias. Mesmo em um cenário mais otimista, com um leve ganho de produtividade (1%), as perdas ainda seriam severas: 16 milhões de empregos e R$ 428 bilhões a menos em salários.
Outro ponto crítico destacado é o aumento da informalidade. Atualmente, 38,3% dos trabalhadores brasileiros já estão fora do mercado formal. Segundo a FIEMG, pequenas e médias empresas enfrentariam sérias dificuldades para absorver os novos custos, podendo optar por reduções de pessoal, operações mais enxutas ou contratações informais, prejudicando ainda mais a formalização do emprego no país.