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Acordo entre USP e Ibram pretende reforçar combate ao ouro ilegal no Brasil

Ouro bruto encontrado na natureza. Foto: Reprodução

As instituições irão desenvolver uma plataforma para identificar a procedência do ouro e melhorar o sistema de rastreabilidade.

A Universidade de São Paulo (USP) e o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) anunciaram, na última quinta-feira (18) um acordo de cooperação para identificar a procedência do ouro e combater a circulação de ouro ilegal. O produto da parceria é um sistema chamado de Plataforma de Compra Responsável de Ouro (PCRO) que será desenvolvida pelo Núcleo de Pesquisa para a Mineração Responsável da USP (Nap.Mineração) em parceria com o WWF Brasil e do Instituto Igarapé.

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A assinatura do acordo ocorreu no dia 18 de maio, no gabinete da vice-reitora da USP.

O diretor-presidente do Ibram, Raul Jungmann, ressaltou a gravidade do garimpo ilegal na Amazônia e na vida dos povos indígenas. De acordo com Jungmann, mais da metade do ouro produzido no Brasil é de origem ilegal.

“O sistema permite separar o ouro legal do ouro ilegal, ouro de sangue, que destrói a natureza, destrói os povos indígenas e prostitui as crianças dos povos indígenas e a própria natureza. Permite a qualquer comprador saber se aquele ouro é legal ou ilegal”  – afirmou.

No momento, a plataforma está em fase de testes. Sua primeira versão foi testada por usuários da esfera pública e privada relacionados ao mercado do ouro como joalherias, bancos e o Ministério Público Federal. De acordo com a USP, a plataforma será apresentada à imprensa.

Segundo a vice-reitora da USP, Maria Arminda do Nascimento Arruda, o acordo tem um papel civilizatório e mostra a necessidade de um protagonismo da USP no resgate da ciência para um desenvolvimento sustentável.

“Este acordo de cooperação da USP com o Ibram tem um papel civilizatório. Ele permitirá enfrentar e afastar um conjunto de atividades ilegais ligadas à mineração, permitindo uma atividade mineradora inclusiva, que preserva a biodiversidade brasileira e os direitos inalienáveis dos povos originários” – destacou.

O garimpo e o comércio de ouro ilegal é um problema urgente enfrentado pelo setor mineral há muitos anos. Dados do Instituto Escolhas mostram que cerca da metade do ouro comercializado no país tem origem ilegal. De acordo com o instituto, o garimpo ilegal foi multiplicado em cinco vezes entre os anos de 2010 a 2020 afetando, principalmente, as terras indígenas e áreas de conservação ambiental.

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