A ArcelorMittal Brasil e a Petrobras assinaram recentemente um Memorando de Entendimento com o objetivo de estudar potenciais modelos de negócio mutuamente benéficos na economia de baixo carbono. O acordo prevê que as companhias busquem identificar em conjunto oportunidades comerciais e potenciais parcerias no Brasil que estejam alinhadas às estratégias de diversificação e descarbonização.
Conforme divulgado pela ArcelorMittal, a cooperação ampla decorre de “sinergias” identificadas em um estudo conjunto voltado ao desenvolvimento de um hub de CCS (captura e armazenamento de CO2) no estado do Espírito Santo, além da avaliação de modelos de negócios que viabilizem economicamente a sua implementação. Na prática, o CCS é uma técnica que envolve a captura do CO2 e a retenção no subsolo, evitando a saída do gás para a atmosfera e contribuindo para minimizar os efeitos das mudanças climáticas.
A empresa ainda explica que, no conceito de hub, o CO2 é capturado em diferentes localidades e fontes de emissão (indústria de aço, termoelétricas, indústria de cimento, unidades de processamento de gás natural, entre outros) e transportado por meio de uma malha de gasodutos conectada, que pode ser compartilhada e otimizada para o armazenamento de grandes quantidades de CO2 em reservatórios geológicos adequados.
A adoção do conceito de hub, com a utilização de malhas conectadas, pode potencializar a viabilidade técnica e econômica, favorecendo a utilização do CCS como uma opção relevante de descarbonização em larga escala, ainda de acordo com a ArcelorMittal.
Petrobras já mapeia reservatórios para armazenar carbono
Por meio de um comunicado, as empresas informaram que a Petrobras já iniciou o mapeamento de reservatórios geológicos que podem se configurar como opção segura e adequada de armazenamento do carbono. A estatal , estuda também instalações da companhia existentes no Espírito Santo para integrarem a infraestrutura do hub de CCS para o estado.
“O segmento siderúrgico é uma das áreas em que a Petrobras pode agregar muito valor, em possíveis parcerias de negócio de baixo carbono ou explorando potenciais acordos comerciais vinculados aos projetos que a Petrobras desenvolve no setor, envolvendo não somente CCS, mas também energia renovável, hidrogênio e seus derivados e combustíveis de baixo carbono”, explica o diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras, Maurício Tolmasquim.
“Este acordo com a ArcelorMittal é mais uma das iniciativas que a Petrobras desenvolve em conjunto com empresas líderes em seus segmentos de atuação e demonstra o compromisso das duas companhias em construir um futuro mais sustentável, buscando uma transição para uma economia de baixo carbono de forma justa e inclusiva, que promova de forma concomitante o desenvolvimento econômico, social e ambiental do Brasil”, complementa o diretor.
O CEO ArcelorMittal Aços Planos América Latina, Jorge Oliveira, diz que projetos de captura e uso do CO2 de forma produtiva e segura, com transporte e armazenamento adequados, representam uma estratégia tecnológica fundamental diante de um cenário de economia de baixo carbono. Ele destaca o interesse das duas empresas em identificarem soluções mutuamente benéficas, que sejam tecnicamente possíveis e economicamente sustentáveis, alinhadas com a meta global do Grupo de se tornar neutro em carbono até 2050.
“É mais um passo em nossa jornada pela descarbonização. A transição para uma economia mais sustentável em relação ao carbono é essencial para enfrentar os desafios das mudanças climáticas e preservar o meio ambiente para as futuras gerações. Nós estamos comprometidos a participar ativamente desse processo”, avalia o executivo.
ArcelorMittal atua em sete estados brasileiros
A produtora de aço é responsável por gerar cerca de 150 mil empregos, sendo 17 mil no Brasil, e atende a clientes em 155 países. A empresa tem unidades industriais no Ceará, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Santa Catarina (foto) e São Paulo, além de unidades de distribuição e serviços em todo o país, sendo a única do setor no Brasil a contar com a certificação ResponsibleSteel.
De acordo com a empresa, as suas plantas brasileiras têm capacidade de produção anual de 8,5 milhões de toneladas de minério de ferro e de 15,5 milhões de toneladas de aço bruto, com aplicação nas indústrias automobilística, de eletrodomésticos, construção civil e naval, dentre outras. A empresa atua, ainda, em áreas diversificadas como geração de energia para consumo próprio, produção de biorredutor renovável (carvão vegetal a partir de florestas renováveis de eucalipto) e tecnologia da informação.