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Prefeitos propõem criação de Rodovia do Minério para tirar caminhões de estradas da Região Central

Foto: Bianca Gallo - Apoiados pela Amig, gestores formaram grupo de trabalho para fazer diversas requisições e apresentar soluções aos governos estadual e federal; Objetivo é evitar o tráfego intenso e mortes nas BRs-040 e 356

 

Na manhã desta terça-feira (14), prefeitos de várias Cidades e Minerais participaram de um manifesto contra o transporte de minério de ferro em caminhões por rodovias que cortam a região Central de Minas Gerais, especialmente a BR-040 e a BR-356. O ato, realizado na Praça de Pedágio da BR-040, em Itabirito, teve apoio da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais e do Brasil (Amig) e apresentou propostas para acabar com o problema: a criação da “Rodovia do Minério”.

Uma das lideranças do movimento, o prefeito de Itabirito, Orlando Caldeira, lembra que cerca de 1,3 mil carretas e caminhões envolvidos na logística de escoamento da produção mineral circulam diariamente pelas rodovias. A solução proposta por ele e encampada pelas lideranças da região é redirecionar o fluxo de carretas para a ITA-330 e para a MG-030. O movimento também propõe a implantação de canteiro central e execução de trevos na BR-040.

“Essa iniciativa terá impactos significativos para todos. Para as famílias, significará um trânsito sem carretas e caminhões, garantindo maior conforto e bem-estar. Para os condutores de veículos pesados e para os empreendedores, significará a possibilidade de escoar a produção de maneira mais ágil, o que resultará em aumento das receitas”, explica o prefeito de Itabirito.

A proposta, segundo os gestores, também tem o apoio de mineradoras que exploram a região e se propõem a participar da solução do problema atual. Elas colaborariam em obras de melhorias na ITA-330 e na MG-030.

“Não podemos continuar a ver inocentes sendo vítimas das principais rodovias que circundam o país.  Criamos na AMIG um Grupo de Trabalho para debater soluções para as vias 040 e 356, porém, precisamos de uma atuação mais firme por parte dos governos Federal, Estadual e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Esse é o momento de nos unirmos e mostrarmos que estamos cansados desse descaso”, protesta o presidente da Amig e prefeito de Conceição do Mato Dentro, José Fernando Aparecido de Oliveira.

Amig defende implantação de novo projeto

O grupo de trabalho GT 040, criado pela Amig, defende o projeto da Rodovia do Minério para reduzir o tráfego de caminhões e, por consequência, os índices de acidentes e óbitos nas rodovias. O GT é composto pela Associação dos Municípios da Microrregião do Alto Paraopeba (Amalpa) e pelos prefeitos de Congonhas, Cláudio Antônio de Souza (coordenador do GT); de Itabirito, Orlando Caldeira; de Nova Lima, João Marcelo Dieguez Pereira; de Belo Vale, Waltenir Liberato Soares; de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo de Araújo; e de Ouro Branco, Hélio Campos.

Como as vias alternativas propostas para a criação da Rodovia do Minério já existem e, atualmente, não são asfaltadas, o projeto exige investimentos em infraestrutura. Os prefeitos propõem a utilização do Terminal de “Fazendão”, sediado em Mariana (MG), para retirada do tráfego das carretas que transportam minério na BR 356. Além disso, o projeto prevê a execução de duas interseções da via no acesso da Mina de Capanema e no acesso Laticínios ITA. É necessário, ainda, segundo os prefeitos, o prolongamento da “ITA030” até a MG 030, com pavimentação da MG 30 no trajeto entre Itabirito e Ouro Branco (24Km).

Para a retirada do tráfego das carretas da BR 040 será necessária, também, de acordo com a proposta, a implantação do Terminal Ferroviário do Bação (TFB) para escoamento de 8 milhões de toneladas de minério, de modo que o trajeto das carretas, ao invés de seguir no sentido BR 040, seja alterado para a Estrada Pico de Fábrica até a ITA330,  sentido Ribeirão do Eixo até o TFB.

Proposta foi enviada ao Ministério Público

O projeto que prevê a criação da Rodovia do Minério foi enviado também ao Ministério Público Federal e solicita que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) aprove o projeto do Trevo de Moeda na BR-040. A proposta já foi apresentada ao DER-MG e aprovada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), segundo a Amig.

“As mineradoras assumiram o compromisso de arcar com os custos, porém até hoje a concessionária, que ainda está à frente da rodovia, não executou o projeto. As obras resultarão em mais segurança aos motoristas que trafegam pela BR-040, aos moradores da região de Água Limpa e às empresas instaladas no Distrito Industrial da rodovia”, explica o prefeito de Itabirito.

O presidente da Amig destacou que os municípios seguirão vigilantes até que as soluções apresentadas sejam colocadas em prática. “Os municípios cansaram de esperar de braços cruzados. Nós saímos daqui com deliberações importantes para resolver de vez essa questão que afeta toda a sociedade e não vamos descansar até ver esse projeto sair do papel”, diz José Fernando.

BR 040 Credito Alex de Jesus
Foto: Alex de Jesus – Rodovia concentra tráfego intenso de caminhões e acidentes com vítimas fatais são frequentes

Prefeitos querem duplicação de trecho da BR-040 

Uma das mais importantes deliberações feitas a partir do grupo de trabalho dos prefeitos foi a requisição , nos próximos dias, por reuniões com ministros do governo Lula para acelerar a duplicação da BR-040 no trecho entre Itabirito e Conselheiro Lafaiete. Os prefeitos querem investimentos para os engarrafamentos quilométricos e os acidentes, muitas vezes com vítimas fatais, cessem na rodovia.

“Nós queremos ajudar a todos encontrando novos traçados para essas carretas com as vias do minério, que são vias no território de Itabirito, para que a gente leve essas carretas o mais próximo da ferrovia, transformando no que nós tínhamos no passado, que era um modal ferroviário para toda essa extração de minério”, diz o prefeito de Itabirito.

“O Governo Federal tem que dar uma atenção, são 100 km entre o Alphaville  e Conselheiro Lafaiete com intenso tráfego. Se pelo menos nesses 100 km o Governo Federal pudesse, de imediato, fazer a duplicação, acredito que o investimento seria de muita valia para evitar acidentes, mortes e transtornos para quem trafega na rodovia”, conclui Orlando Caldeira.

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