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Ampliação das minas da Vale em Itabira pode causar danos irreparáveis ao meio ambiente, diz relatório ambiental

Imagem: Divulgação - Com a proposta de continuar operando até 2041, a Vale segue defendendo que a mineração é fundamental para a economia de Itabira, gerando empregos e arrecadação para o município

Na última segunda-feira (12), o Conselho Municipal de Meio Ambiente (Codema) promoveu uma reunião pública em Itabira, onde o gerente de planejamento da Mina da Vale, Diogo Prata, apresentou a proposta de ampliação das cavas e das pilhas de estéril e rejeito das minas do Meio e de Conceição. Segundo Prata, o projeto é crucial para garantir a continuidade das operações até 2041, mantendo a produção e os empregos na região. No entanto, o debate gerado pela apresentação levantou uma série de preocupações sobre os impactos ambientais da expansão e a efetividade das compensações propostas pela Vale.

Impactos ambientais da ampliação das minas da Vale

De acordo com o relatório ambiental do projeto, a ampliação das minas acarretará uma série de danos ao meio ambiente local. Entre os principais impactos estão a perda de cobertura vegetal, a fragmentação de habitats e a supressão de aproximadamente 2.998 espécies protegidas. Além disso, a proposta prevê a alteração das paisagens naturais e a interferência nos cursos d’água da região do Cubango, o que pode comprometer os ecossistemas locais e a qualidade da água.

O projeto também implica em uma intervenção em 128,48 hectares de vegetação nativa em estágio médio de regeneração, o que exige uma compensação de 256,96 hectares. Ao todo, mais de 700 hectares serão afetados pela mineração, e parte significativa dessa compensação ambiental será realizada fora do território de Itabira. Esse cenário gerou críticas de especialistas e membros da comunidade, que questionam a real eficácia dessas medidas, especialmente quando se trata da preservação da biodiversidade local.

Medidas de compensação e projetos de preservação

Como parte do processo de licenciamento, a Vale apresentou algumas ações de compensação ambiental. A principal delas é a doação de uma área para o Parque Nacional do Gandarela, em Rio Acima, além do repasse de R$ 576 mil ao ICMBio, que serão aplicados em iniciativas de preservação do patrimônio espeleológico da região. Além disso, a mineradora anunciou um investimento de R$ 800 mil na criação de um horto florestal, que incluirá um viveiro de mudas, ações de educação ambiental e programas de recuperação de nascentes.

Apesar das promessas de compensação, a comunidade de Itabira continua cética quanto à real eficácia dessas ações, especialmente considerando os impactos acumulados da mineração na cidade ao longo das últimas décadas. As críticas se concentram na percepção de que as contrapartidas, embora atendam às exigências legais, são insuficientes para mitigar os danos ambientais e sociais causados pela atividade mineradora.

Perspectivas e desafios para o futuro de Itabira

Com a proposta de continuar operando até 2041, a Vale segue defendendo que a mineração é fundamental para a economia de Itabira, gerando empregos e arrecadação para o município. No entanto, as consequências ambientais e as compensações propostas ainda geram um intenso debate na cidade.

Para muitos, a continuidade da atividade mineradora precisa ser acompanhada de medidas mais robustas e eficazes, que garantam a preservação do meio ambiente e a qualidade de vida da população local.

Esse debate segue em aberto, com a expectativa de que futuras reuniões públicas possam oferecer mais clareza sobre como a mineração em Itabira pode evoluir de maneira mais sustentável, sem comprometer o futuro da cidade e seus recursos naturais.

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