Uma pesquisa solicitada pela Aedas, assessoria técnica independente (ATI) que presta suporte às comunidades afetadas pelo rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, trouxe à tona resultados preocupantes sobre a qualidade do ar em seis municípios impactados pela tragédia.
Conduzido pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), o estudo detectou altos níveis de metais tóxicos como arsênio, cádmio, cromo, manganês, mercúrio e níquel nas cidades de Betim, Mário Campos, Juatuba, São Joaquim de Bicas, Igarapé e Mateus Leme.
Metais pesados superam limites internacionais
A pesquisa, que coletou 28 amostras de ar na região, revelou que diversas dessas substâncias ultrapassaram os valores de referência para qualidade do ar, conforme normas internacionais de segurança ambiental. O manganês foi o contaminante mais alarmante, com 93% das amostras coletadas apresentando níveis acima do permitido.
A presença de mercúrio e arsênio também foi significativa, com 39% e 36% das amostras, respectivamente, superando os limites estabelecidos. Além disso, o cromo, o cádmio e o níquel apresentaram inconformidades em 32% das amostras analisadas.
Impacto na saúde pública e desafios para a recuperação ambiental
Os resultados indicam uma grave preocupação para a saúde das populações locais, que continuam expostas a substâncias altamente prejudiciais ao organismo humano.
O estudo não apenas destaca a persistência da contaminação do ar por metais, mas também chama a atenção para a necessidade urgente de medidas de monitoramento e descontaminação ambiental. As comunidades que ainda lutam para se recuperar da tragédia enfrentam um novo desafio com a poluição atmosférica, que agrava os impactos da catástrofe de 2019.
Este estudo reforça a urgência de ações efetivas por parte das autoridades para garantir a segurança das populações atingidas, não apenas em relação ao solo e à água, mas também no que diz respeito à qualidade do ar, essencial para a saúde e o bem-estar das pessoas.