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Estudo da Fiocruz em Brumadinho mostra presença de metais tóxicos em crianças após 6 anos do desastre da Vale

Imagem: Antonio Cruz / Agência Brasil - O estudo, que acompanha a saúde da população local de Brumadinho desde 2021, apontou que a porcentagem de crianças com níveis de arsênio acima do valor de referência aumentou de 42% em 2021 para 57% em 2023

 

Seis anos após o trágico rompimento da barragem da Mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais, um estudo conduzido pela Fiocruz Minas e pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) revelou dados alarmantes sobre as condições de saúde das crianças e da população local.

A pesquisa, focada nas condições de vida e saúde após o desastre, constatou um aumento significativo na detecção de metais tóxicos na urina de crianças com até 6 anos, uma preocupação que persiste ao longo dos anos.

Metais Tóxicos: a realidade preocupante em Brumadinho

A análise revelou a presença de pelo menos um dos cinco metais prejudiciais à saúde — cádmio, arsênio, mercúrio, chumbo e manganês — em todas as amostras de urina das crianças avaliadas. O estudo, que acompanha a saúde da população local de Brumadinho desde 2021, apontou que a porcentagem de crianças com níveis de arsênio acima do valor de referência aumentou de 42% em 2021 para 57% em 2023. Em regiões mais próximas ao desastre e às áreas de mineração ativa, esse aumento foi ainda mais expressivo.

A pesquisa revelou que, embora o arsênio seja o metal mais presente nas amostras, todos os metais analisados apresentaram altos índices de detecção tanto em crianças quanto em adultos e adolescentes. O arsênio, especificamente, foi detectado em 20% das amostras de adultos e em cerca de 9% entre adolescentes, com picos de 20,4% em algumas regiões mais afetadas.

O estudo, que acompanha anualmente a saúde dos moradores desde 2021, visa entender as mudanças na exposição a esses metais ao longo do tempo. Os dados mais recentes, agora comparados com os de 2021, indicam uma persistente exposição a esses contaminantes, embora tenha ocorrido uma leve redução nos níveis de manganês, com os outros metais, como arsênio e chumbo, mantendo altos percentuais.

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