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Lítio: em três anos, Minas Gerais amplia em 14 vezes pesquisas relacionadas à extração do mineral estratégico

Foto: Victor Fagundes/ Sede - Governo diz que projeto Vale do Lítio atraiu R$ 5,5 bilhões em investimentos privados e gerou 10 mil empregos diretos e indiretos

 

O Governo de Minas afirma vir ampliado investimentos em pesquisas relacionadas à extração do lítio, o que nos últimos três anos fez crescer em 14 vezes os aportes para essa finalidade. O objetivo é promover a atividade de forma responsável e em prol do desenvolvimento socioeconômico da população, segundo o governo.

Dados da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), entidade vinculada à Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sede-MG), indicam que só em 2023, mais de R$ 6,6 milhões foram investidos em pesquisas sobre o mineral. Os projetos com esse foco são priorizados para financiamento por meio de pontuação extra na concorrência com outros estudos, estratégia presente em sete chamadas lançadas pela Fundação entre 2022 e 2023.

“Na dissertação de mestrado do estudante Victor Scutari, sob orientação do professor Cleberson Ribeiro, foi observado que algumas leguminosas forrageiras, como o tremoço branco e o feijão de porco, se desenvolveram razoavelmente bem no silicato de alumínio. Essas espécies de leguminosas têm potencial para ajudar no processo de regeneração da vegetação e, por isso, são muitas vezes utilizadas em locais que sofreram distúrbios como fogo, pastagens abandonadas e desflorestamento”, detalha Campos. Essas plantas são usadas, assim, para preparar o solo para a incorporação de novas espécies.

Mineração sustentável

Apesar de o lítio ser considerado um metal verde por ser produzido com a menor emissão de carbono ou rejeitos na natureza, Campos, que também é professor do Departamento de Biologia Geral na UFV, explica que, para a sua obtenção em formato comercial, ainda é necessário exercer atividades de mineração e beneficiamento químico. A boa notícia, porém, é que o silicato de alumínio não é um rejeito de alta toxicidade. “Ele não apresenta metais pesados e até demonstra ter bom nível de macronutrientes”, explica o pesquisador.

“Aportamos recursos para trabalhos acadêmicos e bolsas para os estudantes. Os convênios envolvem principalmente temas de aplicação de resíduos ou rejeitos na construção civil e agricultura, gestão hídrica e caracterização ambiental”, explica o diretor, reforçando um dos compromissos da empresa de apoiar pesquisas na área da mineração.

Em maio, o Estado comemorou um ano da implementação do projeto do Governo de Minas Vale do Lítio. O complexo industrial e tecnológico localizado no Vale do Jequitinhonha, dedicado à extração, processamento e pesquisa desse mineral, tem entre seus propósitos o desenvolvimento de cidades do Norte e Nordeste de Minas a partir do potencial da cadeia produtiva do lítio.

O Vale do Lítio foi concebido pelo Governo de Minas para aproveitar o recurso natural, criando um polo de desenvolvimento econômico que, atualmente, gera empregos e atrai investimentos privados. Desde sua inauguração, o projeto já atraiu R$ 5,5 bilhões em investimentos privados e gerou 10 mil empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia local e nacional, conforme dados divulgados pela Agência Minas.

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