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Projeto de exploração da Vale pode ser uma ameaça para a Serra do Gandarela após licenciamento solicitado em 2009

Imagem: Divulgação - Os aquíferos na Serra do Gandarela são cruciais para o abastecimento em Belo Horizonte e outras cidades na região metropolitana

O Projeto Apolo, da mineradora Vale, pode agravar a situação do Parque Nacional da Serra do Gandarela, já comprometido por diversas atividades de mineração. Na última sexta feira (21), a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) se reuniu para debater a exploração na área.

Planejado para ser desenvolvido entre os municípios de Caeté e Santa Bárbara, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), a Serra do Gandarela, conhecido como Fazenda Serra Maquiné, o Projeto Apolo envolve a construção de uma mina, uma usina e um ramal ferroviário de oito quilômetros para conectar-se à Estrada de Ferro Vitória a Minas. A Vale refez a proposta após a negativa do licenciamento solicitado em 2009.

Aquíferos na Serra do Gandarela são cruciais para o abastecimento em Belo Horizonte e outras cidades na região metropolitana

O Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima) mais recente apresentado pela Vale foram analisados por Daniela Campolina Vieira, coordenadora do Grupo de Pesquisa, Mineração e Território da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Durante sua apresentação, Daniela exibiu mapas e dados que apontam para impactos preocupantes no Parque da Gandarela. Ela destacou que 80% da área da cava proposta está próxima aos limites do parque nacional, com distâncias variando entre 100 metros e 1 quilômetro.

A pesquisadora também deu ênfase ao risco do rebaixamento do lençol freático, que pode afetar até mesmo áreas dentro do parque.

“Não percebemos a falta da água subterrânea até que ela desapareça completamente, tornando essa situação extremamente arriscada. Esses lençóis levam séculos para se formar.” – Daniela Campolina Vieira – Pesquisadora da UFMG

Os aquíferos na área são cruciais para o abastecimento em Belo Horizonte e outras cidades na região metropolitana. Além dos riscos já mencionados, o estudo aponta possíveis alterações na paisagem, na biodiversidade, nas cavernas e nos sítios arqueológicos. Daniela também observou que, apesar da Vale afirmar que o novo projeto não inclui barragens, ele prevê diques, que funcionam como barragens menores.

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